CAPÍTULO 14

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Entrar ali foi calmo e tranquilo. Passear por aquele lugar foi reviver minha infância.

Estávamos na recepção - ou que costumava ser - e vi um retrato com a minha família, papai, mamãe, Carl, eu, Vovó e Vovô rindo, muito felizes.

Eu o agarrei com força e não consegui manter as lágrimas, amava minha família, minha antiga vida.

_ Rose, está tudo bem!? _ Daryl me pergunta delicado pousando as mãos em meus ombros.

_ A minha... a minha avó trabalhava aqui... eu achei essa foto e... _ não consegui conter minhas lágrimas, ele me abraçou fortemente. _ eu não sei se ela está viva...

_ Ei, meu amor, não pensa nisso. Vamos sair daqui. _ secou minhas lágrimas _ eu vi uns quartos por aqui. Vamos para lá, descansar. Se quiser me falar mais sobre sua família, eu iria adorar.

Sorri.

_ Tudo bem. _ nossos dedos se entrelaçaram. E seguimos em frente.

Entramos em um dos primeiros quartos que tinha, ele me colocou na cama se deitando ao meu lado, afagando as mãos em meus cabelos. Sentia segura com ele ao meu lado.

_ Aqui era uma instituição para mulheres que sofriam abusos dos maridos e etc... minha avó era ativista de diversas causas sociais, meio-ambiente, preconceitos raciais, contra homofobia e por aí vai. Cresci por aqui, corri tanto por esses corredores. _ sorri. _ sentia muito orgulho dela e queria ser como ela. Sabe, generosa, justa, amável. ..

_ E quem disse que não é como ela? _ me consolava.

Daryl era tudo o que sua postura contradiz. Gentil, um perfeito cavaleiro.

Beijou meus lábios suavemente, totalmente romântico.

_ Nossa, até que para um caipira você manda bem. _ digo com os olhos fechados.

_ Palhacinha. Nossa, seu pai deve está louco atrás da gente.

Não tinha pensado nisso.

_ Eita! É mesmo.

_ Mas vai ficar tudo bem. Eu não vou te abandonar. Prometo.

_ Não prometa. _ o beijei novamente.

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Amanheceu e Daryl não estava do meu lado. Fiquei muito preocupada, quando de supetão ele entra. Sobressalto.

_ Nossa que susto! _ pouso minha mão em meu peito. _ onde foi?

Ele não tinha uma expressão muito boa.

_ O que houve, Daryl!? _ perguntei amedrontada.

_ Eu vi uma coisa... é não sei se é...

_ É o que!? Anda! O que você viu!?

Dei um salto da cama e andei em direção de onde ele havia vindo antes, e me deparei com um zumbi.

Eu não acreditava no que meus olhos viam. Era uma senhora de cabelos brancos, lisos... aparentava ter uns 68 anos... eu conhecia aquele vestido florido, eu quem havia dado de presente...

_ Ai meu Deus!! _ caí de joelhos no chão. _ Daryl me abraçou _ É a minha avó! Daryl... é a minha avó!

As lágrimas caiam como chuva no chão. Nunca me senti tão horrível quanto me encontrava naquele momento. Tudo em mim doía, não estava bem.

Ela vinha grunhido até a gente, eu deveria ter atirado nela mas não conseguia me mover, a amava muito.

Daryl deu uma flexada nela e a vi cair no chão. O baque me fez ver ao meu redor. E entender o porquê dela estar ali... a mesa estava repleta de pratos, panelas - antes com comida, hoje cheia de larvas secas devido ao tempo - ela estava lá pelas as pessoas que precisavam dela. Ela morreu ajudando a todos.

A realidade não nos permite mais ajudar a desconhecidos por segurança, mas mesmo assim, nada a impediu.

Me senti orgulhosa, fiquei ali por um bom tempo.

_ Temos que ir, querida. _ Daryl sussurrou em meu ouvido.

_ Sim.

Levantei devagar, pegamos nossas coisas e saímos. Estava parada no meio da avenida enquanto Daryl conferia um prédio para que possamos olhar, procurar pistas.

Um carro em alta velocidade veio em minha direção... senti um forte impacto e apaguei.

The Walking Dead: Algo para temer [CONCLUÍDA]Onde histórias criam vida. Descubra agora