The Walking Dead: Algo para temer [CONCLUÍDA]

CAPÍTULO 16

Passaram 3 semanas e nada do Daryl. Ou meu pai. Ninguém! Será que me deram por morta, assim como a Beth? Não, eu não poderia pensar, ou se quer crer nisso. Esse hospital era a semelhança do inferno. E a dívida que fazíamos para poder comer? Era injusto, uma prisão.

_ Beth, nós temos que sair daqui! _ falei com lágrimas nos olhos.

_ Sim, temos vantagens. Eles acham que somos fracas. Não esperam uma atitude dessas.

Eu assenti. Fiquei tonta procurei um canto para me sentar, Beth me serviu um pouco de água.

_ Você está bem? _ os imensos olhos verdes dela demonstravam uma doce preocupação comigo. Sentia que poderia confiar nela e abrir o coração.

_ Eu acho que estou grávida... não tenho certeza, venho tendo tonturas, enjoos. - as feições no rosto pálido dela mostraram grande confusão e incredulidade.

_ Como? Quero dizer... como pode? _ me questionava com delicadeza.

_ Aconteceu... _ minha voz enfraqueceu, lágrimas ameaçam descer _ eu e Daryl não pensamos sobre isso...

_ Espera! Daryl? O Daryl é o suposto pai!?

_ Sim, antes de vim para cá dormimos juntos e, só tive relação com ele... _ olhei incrédula.

Ela ia dizer algo mas hesitou. Correu os olhos pelo quarto onde dividimos. Comecei a chorar tremendo pelo que poderia acontecer a eu dentro de alguns meses.

_ Ei, fica calma. _ diz ela me confortando em um abraço amigo. _ vamos dar um jeito. Eu vi uns testes no armário de medicamentos, posso pegar um. Para termos certeza.

_ Eu ficaria muito agradecida, mas tome cuidado.

_ Ah, eu tomarei.

Fomos interrompidas por alguém batendo na porta, logo a abrindo. Era Dawn.

_ Preciso de vocês duas, agora! _ saiu apressadamente. Fitamos uma a outra e saímos.

De longe vimos uma enorme alforria sobre o quarto do senhor Mallory - um idoso de 80 anos que sofria de diversas doenças e acabara de contrair tuberculose - ele, parece que enquanto dormia engasgou com sangue e morreu sufocado. Acabando virando um deles. Não tinha motivos para tudo aquilo, era só matá-lo, foi o pensado por mim, até me dar conta que havia mais 5 zumbis - foram mordidos por Mallory durante a noite - atacavam em frente a porta do quarto.

Vendo os demais cuidando dos outros mortos-vivos , eu e Beth entramos no local. Mallory - ou o que costumava ser - veio direto a mim, nos fazendo cair no chão.

Na queda, minha faca - que mantinha escondida - caiu de baixo da cama, longe o bastante, estava seriamente encrencada.

_ Inferno, Beth! Me ajuda aq...

Houve um forte estrondo que fez meus ouvidos apitarem, Dawn atirou no indivíduo fazendo jorrar sangue e massa encefálica pelo meu corpo, caindo um pouco sobre a minha boca entreaberta. A mistura era dona de um gosto amargo, metálico... o tirei de cima, Beth veio me ajudar a levantar sem querer vomitei em seus pés.

_ Me desculpe... _ pedi limpando a boca.

Meus olhos queimaram por conta do sangue de Mallory.

_ Tudo bem. _ me disse educadamente _ vamos limpar você. Dawn, pode me dar a chave do armário de remédios, vou fazer um curativo nela, acabou cortando a mão.

_ Claro, _ a entregou a chaves _ dê um comprimido para enxaqueca, ela vai precisar mais tarde.

Eu queria sorrir, pois Beth tinha acabado de resolver um dos nossos problemas, o teste de gravidez.

Quando saímos ela me deixou no nosso quarto.

- Tome um banho, venho rápido.

Eu assenti, só fechei a porta quando ela cruzou o corredor.

XXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXX

Já tinha tomado banho, estava preocupada com a demora de Beth, será que foi pega!?

Fui surpreendida pela sua pessoa abrindo a porta, me aliviei.

_ Ah, graças! conseguiu?

_ Sim... e trouxe outras coisas, bem para a nossa fuga.

Dentro de uma fronha para travesseiros tirou o teste, soníferos, duas pistolas semi automática, cartuchos com munição e duas facas.

_ Para quê? _ apontei para o sonífero.

_ Ah, para a Dawn. Simples ela é quem tem as chaves para o telhado e vamos descer pelas escadas de incêndio. E precisamos de mais coisas, tipo chaves de um dos carros, lanternas. Isso vai nos ajudar.

_ E quando vai ser? _ perguntei curiosa.

_ Essa noite. Ela vai estar uma pilha de nervos, e quando isso acontece tem costume de beber e será uma baita vantagem.

_ Claro. Olhei o teste com receio. Hesitei um pouco, mas tomei coragem _ eu vou faze-lo.

Beth estava mais nervosa do que eu.

Ao olhar o resultado fiquei em uma enorme crise.

Não grávida: I
Grávida: II

No teste tinha duas listras.

Saí do banheiro controlando o nervosismo.

_ E aí!? _ perguntou Beth roendo as unhas.

_ Deu negativo. _ forcei um falso sorriso.

_ Isso é bom! Não temos que ter medo hoje. Vai dar tudo certo. _ Beth me abraçou. _ agora vamos jantar normalmente.

Seguiu para porta abrindo-a para mim.

Eu fiquei olhando pela janela vidrada e pensado o que seria de nós... nós três.