Era uma noite quente de primavera, mas, ainda assim, o vento frio da noite fazia com que meus pelos se eriçassem. Desci do carro, sem esperar que ele viesse abrir a porta, cavalheirismo inexistente. Passei a mão pelo meu vestido, a saia esvoaçante me fazia contestar se não era melhor ter vindo com shorts maiores por baixo.
Seu braço se apoiou nos meus ombros, pendendo no ombro direito, mantendo-me colada ao seu corpo. Luke caminhava depressa, me carregando consigo para dentro da casa tumultuada, entupida de potenciais bêbados, barulhentos e desequilibrados.
Luke parecia um grande politico ou famoso, cumprimentando gente aqui e ali. Seus olhos vez ou outra vinham até mim, talvez se perguntando quem eu era ou assumindo que eu era a mais nova conquista do melhor corredor de Burnett Heads.
Que grande honra.
Revirei os olhos.
Dentro da casa, comecei a reconhecer alguns dos integrantes do grupo a medida que nos aproximávamos dos fundos da casa. No interior estava tão quente que eu não queria sair de lá, mas com Luke me induzindo a andar em seu gancho e a música tão alta, não tinha como eu negar ir à área da piscina.
Nos fundos, do outro lado da piscina, estava aquela que deveria ser a alta cúpula já que eu consegui reconhecer todos.
Calum estava lá, com os cotovelos apoiados sobre os joelhos, a camisa branca escondida atrás da camisa jeans escura. Girava nas mãos uma garrafa de cerveja, os olhos fixos em Colton a sua frente. Este tagarelava sobre alguma coisa, gesticulando com as mãos. Calum assentia de vez em quando.
O grupo mudou o foco de atenção, a conversa parou e todos se viraram para Luke e eu. Hemmings tirou o braço do meu pescoço e foi cumprimentar cada um dos seus parceiros. Percebi que não haviam meninas ali além de mim.
- Hmm, Luke? – disse Calum, o ar sério infectando seu tom. Ele coçou a nuca e fez um movimento de cabeça para o lado oposto ao que estávamos – Posso... Posso falar com você por um minuto?
- Claro! – Luke assentiu veementemente, sem pensar duas vezes. Segurou meu queixo e deixou um selinho descontraído nos meus lábios – Eu volto logo.
Colton levantou assim que Luke foi embora e veio para a minha frente, estendendo a mão cálida.
- Colton. – se apresentou, sem prolongar o aperto de mãos.
- Catarina!
- Eu sei bem quem você é. – ele sorriu como se fosse algum tipo de brincadeira interna a qual eu não fazia parte – Na verdade, todo mundo aqui sabe quem você é. É como... É como ser a primeira dama.
Assenti.
- Hmmm... – ele pareceu desacostumado com o silêncio – Quer-quer uma bebida?
- Oh! Sim, sim. Sim. Quero! – tentei controlar a ansiedade em minha voz. Eu precisava de alguma distração. Minha atenção estava toda ligada em Calum e Luke parecendo discutir mais adiante. E, principalmente, precisava me sentir confortável.
Colton voltou depressa com uma garrafa de cerveja enquanto eu me sentava em uma espreguiçadeira gelada e com poucas gotas de água passando pelo tecido do vestido. Sentou-se numa caixa de madeira a minha frente.
- Aqui. – disse ele, baixinho, me entregando a garrafa.
Ele percebeu que meus olhos corriam a cada segundo para os dois.
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Drowning
FanfictionUm afogamento não é uma morte calma, indolor, súbita. Um afogamento é gradual, tortuoso e silencioso. A vítima sofre cada segundo e, por serem estes seus últimos, parece infinito. Infinito é um tempo muito longo para ser vivido. Eu não sei muito bem...