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O resto da semana foi a mesma chatice de sempre.

Com Tom na minha casa, eu dormia cedo, acordava cedo, ia para escola e até estudava à tarde.

Isso estava virando rotina. E eu odeio rotina.

Tanto que, quando chegou sexta-feira, eu só pensava em uma coisa: festa.

— Então Tom — estávamos sentados no sofá, eu trocava de canal aleatoriamente, procurando algo que prestasse. — O que você acha de sairmos hoje?

— Deixa eu ver... Eu estudei a semana toda, estou me esforçando e faz um tempão que eu não saio. É, eu acho que eu mereço uma folga.

Nós rimos juntos e eu fiquei feliz de ter um vislumbre do velho Tom.

Me vesti o mais rápido que pude e em alguns minutos já estava dirigindo pelas ruas de San Diego.

— Eu já tinha até esquecido o quanto isso é lotado! — Tom exclamou, assim que entramos na boate.

— É meu amigo, em San Diego todo dia é dia de festa.

Eu havia prometido a meus pais que não iria mais beber, até completar vinte e um anos, desde que tomei um porre no verão passado, justamente quando eles vieram passar as férias comigo e convidaram o governador da Califórnia para fazer uma visita.

Mas a culpa não foi minha. Meus pais não podem simplesmente ligar avisando? A culpa foi deles de terem escolhido um mal dia para chegar.

Então, para resistir a tentação, tratei de ficar o mais longe possível do bar.

Tom me acompanhou e nos acomodamos em um canto da boate, com muitas garotas dançando feito loucas.

Olhei ao redor, procurando escolher uma, vendo se achava alguma que me interessasse.

Até que... Até que eu a vi.

E, a julgar pela boca aberta e o cutucão que deu no meu braço, Tom também viu.

— Você ta vendo o que eu to vendo? — Ele olhou para mim, com um sorriso no rosto.

— É claro que sim — ajeitei o cabelo. — Mas nem tenta, essa é minha.

Eu caminhei em direção a ruiva que me olhava da mesma forma que havia me olhado na praia.

Não entendi o motivo, mas meu coração estava absurdamente acelerado.

Desviei das pessoas que dançavam e cheguei perto da garota.

— Oi — não sei por que, mas todas as palavras, e armas de conquista, me fugiram.

— Oi — ela respondeu de uma forma absolutamente sexy, passando os dedos pela boca do copo que estava em sua mão.

— Você é nova na cidade né? — Eu cheguei mais perto. — Porque, bom, eu conheço muito gente de San Diego e com certeza não esqueceria se já tivesse te visto em algum lugar.

Certo, isso não foi muito bom, mas era o melhor que eu poderia fazer no momento.

Ela jogou a cabeça para trás e riu. Não pude deixar de notar o decote generoso que ela estava usando.

Ela estreitou os olhos de gata e passou a língua pelos lábios vermelhos antes de responder:

— Sim, eu sou nova aqui — passou a mão nos cabelos. — Mas te vi antes, na praia — ela completou.

— Ah, realmente, nos vimos na praia — concordei.

Depois de bastante conversa e risos, eu sabia que a garota já estava na minha.

Como Ser Uma GarotaOnde histórias criam vida. Descubra agora