Eu fiquei bastante feliz quando a aula que eu mais esperava no dia chegou: meio-ambiente.
Ok. Eu odiava ecologia e todo esse blá-blá-blá, mas Rebeca estava lá e, estava decidido que, talvez, ser bom com ela e com meninas como ela poderia me ajudar.
Entrei na sala e ela estava no mesmo local de sempre. Parede, lado esquerdo da sala e dessa vez com um mangá do Naruto, em vez de Vampire Knight.
Caminhei na sua direção com o sorriso mais perfeito que encontrei e sentei-me atrás dela.
— E aí Rebeca? — falei, tentando puxar conversa.
Ela sorriu para mim. Ela sorriu. Sem ironia ou sarcasmo. Pela segunda vez desde que a conheço.
— Oi Joana! Eu to bem. Foi isso que você perguntou né? — ela levantou as mãos, como quem está em dúvida.
— Hã? — não entendi absolutamente nada do que ela quis dizer.
Ela soltou um leve risinho e soprou a franja que caía sobre os olhos.
— É que eu sempre fico em dúvida quando alguém me pergunta “e aí?” — ela falou de um modo engraçado. — Nunca sei se estão dizendo só um “oi” ou perguntando se estou bem.
Eu ri. Era impossível não rir com Rebeca. Ela irradiava tanta alegria. Como eu não tinha notado isso antes?
A Sra. Miller estava entrando na sala quando respondi:
— Sim, eu estava perguntando se você está bem — disse, colocando a mão no ombro dela. — E eu estou bem, mesmo que você não tenha perguntado — fingi tristeza.
Ela riu e virou-se para frente.
Como na aula passada eu e ela tínhamos ido para detenção, a professora não tirou os olhos de Rebeca.
Fez um monte de perguntas a ela e toda hora ficava verificando se ela não estava lendo outra coisa senão o livro didático.
Como Josh, para todos os efeitos, havia faltado, ela teve que pagar o pato sozinha.
— Mulher chata hein!
— Nem me fale — Rebeca revirou os olhos.
Estávamos saindo da sala, em direção aos nossos armários. Rebeca parecia realmente irritada com a professora.
Chegamos próximo ao meu armário e quando pensei que ela fosse se afastar, permaneceu do meu lado. Seu armário ficava próximo ao meu e eu nunca tinha reparado nisso.
— Você tem aula de que agora?
— Cálculo — ela pôs as duas mãos no pescoço, fingindo que se engasgava. — E você?
— Geografia — repeti o mesmo gesto e ela riu.
— Certo — ela respondeu, terminando de fechar o armário, com os livros na mão. — Então... A gente se vê por aí — ela acenou e foi embora.
Apenas tive tempo de sussurrar um “até logo” enquanto ela virava no corredor.
Terminei de pegar meus livros e virei no corredor oposto, rumo à sala de geografia.
Tom me esperava na porta e, assim que me aproximei, pegou meus livros para fazer o estilo “namorado gente boa”.
Eu ia protestar, mas quando vi Taylor, uma das amigas de Summer, lembrei que tinha que dar notícias à minha namorada.
Não sabe a saudade que to sentindo do sol da Califórnia e, claro, mais ainda da garota mais bonita de San Diego. Eu te amo.
Terminei de escrever a mensagem e, antes que o Sr. Bloom começasse a falar, me virei para Tom.
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Como Ser Uma Garota
RomanceJosh Bennett tem a vida que todo garoto de 17 anos (quase 18 como ele gosta de destacar) gostaria de ter. É bonitão, o astro do time de futebol do colégio, namora a menina mais bonita e desejada e tem todas as outras garotas a seus pés. Tudo ia muit...