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— Josh, será que dá pra se apressar, vamos nos atrasar!

Tom, meu melhor amigo tentava me apressar. Em vão, é claro.

Essa é uma das coisas negativas de ser o cara mais popular da San Diego High School. Tenho que manter uma imagem. O que sempre me ocupa cerca de meia hora em frente ao espelho e um atraso de cerca de cinco minutos, que Tom considera uma eternidade.

— Da próxima vez que eu deixar meu carro na oficina, me lembre de não pedir carona pra você — ele bufou, enquanto eu descia as escadas.

— Relaxa Tom — eu entrei no carro e chequei meu cabelo no espelho retrovisor — você está comigo.

Tom revirou os olhos. Chamar-me de narcisista era o que ele mais fazia desde que havia entrado para o clube de xadez.

Agora que ele estava tentando ser um cdf, mal saía com a galera e sempre estava dando papo para um nerd qualquer, além de tentar me mudar a cada instante.

Tudo isso porque seu boletim havia ficado mais vermelho que a bandeira nacional e sua mãe havia decretado que ele deveria se esforçar mais. Só não achei que ele fosse levar tão a sério.

Assim que chegamos à escola ajeitei meu cabelo mais uma vez, fazendo uma anotação mental: tinha que cortá-lo. Coloquei meus óculos escuros, a jaqueta de couro, abri um enorme sorriso e sai do carro, arrancando suspiros de três garotas que passavam. Algo já natural pra mim.

Coloquei o alarme no meu Porsche vermelho e caminhei, apressando um pouco o passo para alcançar Tom.

— Temos história agora, certo?

— Se você se importasse com outras coisas além de garotas e sua aparência, saberia.

— Bom — eu ri — com o que mais eu deveria me preocupar?

— Com a escola, por exemplo — ele disparou. — Ah, esqueci, você é rico e emancipado.

— E você é muito pobre, não? – Levantei uma sobrancelha. — Já te disse Tom, esses nerds estão te fazendo mal.

— Deixa pra lá, você não entende mesmo.

Tom apressou ainda mais o passo para entrar antes que a senhorita Stewart fechasse o portão. Fiz o mesmo.

Quando dobramos o corredor e entramos na classe de história o Sr. Black já estava lá. O que não me surpreende, afinal, esse homem parece não ter vida. Sempre chega antes de todo mundo e, claro, sempre enche minha paciência.

— Bom dia senhor Bennett e senhor Reed, pelo menos dessa vez conseguiram chegar antes de abrirmos os livros.

Tom se desculpou e eu fiz questão de ignorar o que o professor acabara de dizer.

Caminhamos para as duas cadeiras ao fim da sala e sentamos.

Tom abriu seu livro e procurou se concentrar na aula. Olhei para ele incrédulo. Realmente meu amigo mudou.

Como estava totalmente sem paciência para ouvir algo sobre a segunda guerra mundial peguei meu celular, pensando na desculpa que contaria a Summer por não ter dado notícias no fim de semana.

Me desculpe gatinha, tive que visitar meus pais esse fim de semana. Mas podemos aproveitar hoje à noite. Te amo.

Certo, essa não foi a melhor das desculpas, mas foi a melhor que encontrei.

Visitar meus pais que moram em Washington D.C. era um excelente motivo para sumir por três dias e Summer nunca foi uma garota das mais espertas. Não precisava me esforçar muito para dobrá-la.

Como Ser Uma GarotaOnde histórias criam vida. Descubra agora