Minhas previsões se confirmaram.
Rebeca não voltou a me dirigir a palavra. No mesmo dia de nossa briga maluca, eu liguei para ela, tentei ir até sua casa, mas ela ameaçou chamar a polícia se eu aparecesse por lá.
Na quinta eu tentei de todos as formas falar com ela na escola, mas ela me evitava a qualquer custo. Nem olhava para mim, fingia que eu nem existia, da mesma forma como fazia antes de nos conhecermos e nos tornarmos amigos.
Na sexta fui fazer a última prova, matemática e biologia, pior do que imaginava.
Mas eu sempre fui bom em bloquear sentimentos, então fiz o possível para me concentrar somente nas contas loucas e no corpo humano para terminar as provas com a sensação de dever cumprido.
Na verdade, a Universidade já me parecia tão distante que eu nem conseguia pensar nela direito. Como, pelo visto, eu ia continuar uma garota ia ter que fazer como todo mundo: o vestibular, depois mandar minhas cartas de admissão e, com sorte, seria aprovado na Universidade da Califórnia.
Talvez eu estivesse sonhando muito querendo entrar na Universidade da Califórnia. As minhas notas ao longo do ensino médio não foram lá essas coisas e no vestibular eu não me daria super bem (vamos ser realistas). É talvez me aceitassem no Alasca.
Saí da sala e todo mundo no pátio estava em clima de despedida e comemoração. Último dia de aula, último de ensino médio, era para ser assim mesmo.
Summer e Derek pareciam mais felizes do que o normal, ele satisfeito por ter despertado meu “ciúme”, ela com certeza satisfeita pela confusão entre as duas finalistas que acabaram colocando a coroa nas suas mãos mais uma vez. Eu tinha certeza que ela encarava aquilo como uma forma perfeita de sair da escola.
Tom estava um pouco mais feliz e a todo custo tentava me animar. Mas eu não estava com clima para festas. Eu não estava com clima para nada. Eu só queria sumir daquela escola que um dia já foi meu império e esquecer todo o meu passado, esquecer o que tinha me trazido até aqui e me contentar com a vida que levaria dali para frente.
— Tem certeza que você já vai embora Josh? Não vai esperar as palavras do diretor?
— Não, eu não to bem.
— Mas você vai aparecer amanhã na cerimônia de formatura e no domingo no baile, não vai?
— Não sei, vou pensar.
Saí da escola com uma certeza em mente: não iria à solenidade de formatura e muito menos ao baile.
Quando cheguei em casa tudo parecia diferente. Eu estava chorando de novo. Que droga! Porcaria de hormônio feminino.
Ta bom, acho que mesmo se eu não tivesse hormônio feminino eu choraria nesse momento, porque Rebeca me pegou mesmo e esquecê-la não seria tarefa fácil.
Entrei no meu quarto, o quarto que ela já tinha estado, o quarto onde eu havia dormido com ela e tudo ali parecia lembrá-la.
Olhei os dois cabides na porta do meu guarda-roupa, um com o vestido e outro com o smoking e lembrei do dia em que tinha saído com ela para a tarde de garotas.
Olhei a prancha encostada no mesmo canto de sempre e me dei conta que minhas manhãs de domingo nunca mais seriam a mesmas. Eu amava o surfe por ele mesmo, mas com Rebeca eu havia descoberto um motivo a mais para surfar e, sendo sincero, não sei ao certo se ainda teria a mesma empolgação sem ela.
Fui para a sacada e assim que avistei a praia as palavras de Samantha invadiram minha mente outra vez.
“Josh, seja sincero agora. Quantas dessas ‘mudanças’ você fez sem pensar em você? Quantas foram totalmente sem interesse? Em quantas você realmente tentou mudar?”
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Como Ser Uma Garota
Любовные романыJosh Bennett tem a vida que todo garoto de 17 anos (quase 18 como ele gosta de destacar) gostaria de ter. É bonitão, o astro do time de futebol do colégio, namora a menina mais bonita e desejada e tem todas as outras garotas a seus pés. Tudo ia muit...