Acordei sentindo a cama vazia. Meu corpo tremia com o vento que entrava pela janela aberta. Mas não importava, eu amava aquela janela. Me enrolei no lençol e fui atrás dele. Como era possível que fosse meu primeiro pensamento antes mesmo de ter aberto os olhos? Eu precisava dele. Seu corpo era meu calmante.
Senti o cheiro de café me invadir e o encontrei na cozinha. Ele estava lindo contra a luz, rindo de algo que não sei o que é. Talvez nunca vá saber. Aquele sorriso me desconcertava, me fazia amá-lo um pouquinho mais, toda manhã, e era só nisso que eu conseguia pensar. No quanto ele era bonito. E meu.
Ele percebeu que eu parei ali, encantada com seu jeito e me perguntou o que eu fazia fora da cama. Ele não sabia que eu precisava dele?
Me entregou uma caneca com café quentinho e me deu um beijo na testa, tirando a bagunça de cabelo que cobria meu rosto. Abri meu melhor sorriso e afastei a caneca. Queria ele. Ainda segurando o lençol, e agora a sua mão, o arrastei para o sofá onde me aninhei ao seu corpo. Senti o tecido fino que me separava dele e o puxei para mais perto de mim. Não gostava de distâncias entre nós. Era tudo simples quando se tratava dos nossos corpos juntos. Ele traçou uma linha de beijos da minha orelha até meu ombro, ainda me acariciando os cabelos e eu adormeci novamente, desta vez com o cheiro dele a moldar meus sonhos.
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Mesmo em Silêncio
PoetryPoesias de uma menina programada para cair. Os medos são constantes, o desapego, inevitável, os gritos são insurdecedores e o amor não é tão real. Minhas idealizações, sonhos e esperança escrevem linhas mudas cheias de estórias, que custam a fazer s...
