Eu tenho medo de acabar te ligando, de madrugada, chorando de saudade. Tenho medo de você não ter mais meu número salvo, ou não acordar mais durante a noite por causa da droga da insônia da qual você vivia reclamando. Medo de aparecer meu nome lá na tela e você não querer atender. Medo de que eu tenha estragado tudo dessa vez, e tenha perdido você. Não como das outras vezes. Não como a gente se desencontrava e se perdia. Medo de que eu tenha escolhido o caminho errado e agora, mesmo sabendo qual direção seguir, tenho medo de você ter aceitado que era a minha hora de ir. É a única coisa que tenho. Medo.
Tô com uma saudade desgraçada, daquelas em que ouço uma música e só consigo lembrar de você. De como era diferente comigo. E só consigo escrever sobre você. E só penso na merda que eu fiz, achando que iria ser diferente dessa vez e que eu iria mesmo esquecer de você e suas manias como das outras vezes. E que não iria voltar dessa vez. Como nas outras vezes. E eu sei que eu disse pra você que não iria voltar. E te juro que não é o orgulho que está me impedindo de te mandar mensagem agora. Não é a merda do orgulho que está me impedindo de te ligar e dizer o quanto eu fui imbecil e te implorar pra me perdoar só porque eu sinto falta da tua voz. É só que eu sei que você está melhor sem mim. E eu não quero voltar, atrapalhar tudo na tua vida de novo, e depois ir embora como eu sei que vou fazer porque eu sou uma droga de pessoa. Mas eu sinto tua falta. E principalmente: medo. Só queria que você soubesse.
- Dia par
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Mesmo em Silêncio
PoetryPoesias de uma menina programada para cair. Os medos são constantes, o desapego, inevitável, os gritos são insurdecedores e o amor não é tão real. Minhas idealizações, sonhos e esperança escrevem linhas mudas cheias de estórias, que custam a fazer s...