Odeio aeroportos

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Cheguei em casa, joguei a mochila no sofá e corri para meu quarto. Joguei minha farda da escola em cima da cama e fui tomar um banho. Sou muito bagunceira! Se me perguntarem qual o meu defeito com certeza eu cito esse. Terminei de tomar banho e me olhei no espelho enorme do meu quarto. Meu cabelo é cacheado preto mas por conta de uma progressiva que dei hoje ele é liso escorrido. Meus planos com ele no futuro é fazer uma californiana. Sou morena clara, meus olhos são pretos, tenho 1,54 (baixinha sei) e me considero tão sem graça que passo despercebida. Minha mãe e minha avó diz que tenho bunda grande e perna grossa, acho que o olho delas tem lente né, só pode. Porque até hoje não encontrei o corpo perfeito em mim. Gosto do meu corpo apesar de tudo, não sou muito magra, nem gorda. Estou no peso ideal. Pego meu pijama rosa do flappy bird e visto. Meus pais não estão em casa, desço pra comer um sanduíche e vou dormir.

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Mais uma característica minha: preguiça. Já é de manhã e minha mãe berra no meu ouvido dizendo que estou 15 minutos atrasada. E ainda exagera dizendo que ouviu o despertador do quarto dela e eu não. Ela está insinuando que eu sou surda? Mando ela calar a boca e abafo meu rosto com o travesseiro. De tanto ela gritar e puxar meu pé resolvo sair da minha caverna. Levanto tombando nos móveis e vou até o banheiro. Tomo um banho rápido, escovo os dentes lá mesmo e me visto. Pego uma maçã e como no meio do caminho mesmo. Chego na escola, entro na sala sorrateiramente mas o professor ouve e manda eu ir pra sala da coordenação. Fico lá os dois primeiros horários inteiro mofando e aproveito pra cochilar. Quando bate o terceiro horário entro na sala pra colocar minha mochila e vou até a cantina com a Bia comprar meu lanche.

-Querida tem alguem dormindo ainda aí né.

-Porque? Tem algo errado comigo? Tenho baba grudada na cara?

Ela aponta pros meus tênis, eu calcei o par do meu tênis diferente. Um azul e um verde.

-Ai my God! - damos uma risada alta e vamos comer nosso lanche na sala.

Os dias passam como uma tartaruga manca, tudo tão chato, repetitivo... Não aguento mais esperar minhas férias vendo a cara daquelas raparigas.

1 mês depois
Hoje é o dia da minha viagem! As aulas já acabaram. Arrumei minha mala cedo pra ir na casa da Bia me despedir dela.
Toquei a campainha e ela atendeu:

-Entra pota

-Pota sua mãe rapariga - eu disse dando um soco no ombro dela. Parecemos dois moleques se cumprimentando.

-Sorte sua que ela não tá aqui.

Sentei no sofá e coloquei os pés em cima da banca de centro.

-Hoje vou pra Goiânia. Já tô com saudades de você.

-Imagina eu. Você vai se esquecer de mim logo, cheio de gatinhos lá, novidades. E eu aqui sozinha nesse fim de mundo

-Esquecer nunca. Amiga você vai pro aeroporto?

-Não amiga. Você se importa?

-Tem que ter uma boa justificativa né.

-Eu odeio despedidas em aeroporto. Parece coisa de filme, eu choro horrores. Aí tem aqueles abraços, aquele adeus.

-Poxa. Tá bom. Eu te entendo.

-Você vai que horas?

-13:00 hs.

-Ah tá.

Passamos bastante tempo conversando, rindo, e ela até meu deu um presente. Uma carta. Disse que só devo abrir quando voltar da viagem.

-Bia vou ter que ir. Já tá no meu horário. Te amo

-Te amo também amiga. Tira uma foto com o Leonardo e com o Zé meu marido também - ela me abraçou e falou do Zé pra me provocar. Sabe que eu odeio ele. Me despedi dela e voltei pra casa

Apaixonada Por Um Famoso Onde histórias criam vida. Descubra agora