Matheus

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Faz duas semanas que eu e o Zé não nos falamos desde aquele dia. Eu também parei de mandar mensagem, de persistir. Se ele me ama ele tinha que acreditar em mim. Se ele não me quer mais, não vai ser eu que vou ficar aqui implorando perdão. Aprendi que "se tiver de ser seu, será". Tudo tem um tempo, larguei tudo nas mãos de Deus e tento pensar em minha vida. Expliquei tudo a Bia e ela ficou ouvindo tudo do outro lado chorando, sim chorando. E eu mais ainda. O que mais me aflige é o fato de que segunda eu vou voltar pra São Paulo. Não tinha mais chorado desde aquele dia, mas eu não sou tão forte tanto quando tento ser. Limpei as lágrimas com força e resolvi me cuidar. Sim, eu tinha vários dias descuidada, com as unhas quebradas e descascadas, o cabelo só vivia num coque embaraçado e não trocava meu pijama desde não sei que dia. Minha avó já estava até preocupada comigo, eu só saia do meu quarto pra cozinha, igual uma zumbi. Resolvi tirar aquela ressaca de amor logo com um banho bem demorado, passei o óleo de flores da vovó em mim, lavei o cabelo e hidratei. Vesti uma saia e cropped, fiz chapinha e escova no cabelo, passei um pouquinho de maquiagem e meu batom vinho. Peguei meu celular e dinheiro e desci. Só avisei pra vovó que ia no shopping. Afinal gastar é uma terapia. Cheguei no shopping, comprei vários vestidinhos baratinhos e lindos, comprei vários livros que estavam na promoção e comprei duas cases de celular. Depois fiz uma paradinha pro lanche. Estava na fila do M'c Donalds quando um garoto que estava atrás de mim comecou a dar cantadas pra alguém. Que no caso era eu. Olhei pra trás prestes a dar um soco nele mas acabei mudando de idéia. Era tão lindo que um soco poderia deformar seu rostinho de anjo. Ele era alto, bem mais que eu, moreno bronzeado, cabelo preto liso com um topete enorme. Ele tinha porte de modelo. Quando ele abriu aquele sorriso foi aí que eu babei mais ainda. Mas ainda sim eu prefiro o Zé. Tá vendo? Tudo que faço, vejo, eu venho a me lembrar dele. Ele entrou na minha vida de um jeito que eu nao sei como tirar mais. Se eu olhar a água eu penso: "ele bebe água" e me debulho a chorar. Fechei a cara pro moreno lindo e me concentrei na atendente lerda. Logo ela dispensou a mulher que estava na minha frente e eu pulei pra frente, como se o moreno fosse me comer viva. Pedi meu lanche e fui pro outro lado esperar. Peguei meu lanche e sentei na mesa vazia. Logo depois o moreno chega e pergunta:

-Posso sentar na sua mesa? - ele diz com aquele sorriso lindo e senta sem nem esperar eu responder

Eu pigarreei.

-Já sentou né - eu disse concentrada no meu lanche

Ele abriu a sua caixinha do hambúrguer e comeu igual um esfomeado. Eu ri com aquela cena.

-Porque tá rindo? - ele disse com a boca transbordando de comida.

Eu falei o porque e ele riu bastante. Comecamos a conversar que eu nem havia percebido. Até que ele era legal. Olhei pro meu celular e vi que já eram 18:30 hs.

-Desculpa, mas eu tenho que ir já - eu disse bebendo o resto do meu suco e pegando minhas sacolas no chão.

-Pera, me dá seu número! - ele falou

-1267439376. Leila.

-Matheus.

Quando ele disse o nome dele meu coração gelou. Eu fiz uma cara estranha e ele perguntou se eu tava bem.

-Estou sim. Tenho que ir mesmo. Até mais.

-Até - ele disse acenando.

Eu disse até mais? O que eu tô achando? Nunca mais quero ver esse menino na minha frente. Acho que estou ficando paranoica com esse nome. Sai do shopping e peguei um taxi pra casa.

Apaixonada Por Um Famoso Onde histórias criam vida. Descubra agora