― Como é? ― disse sem fazer questão de esconder a minha perplexidade.
― Eu quero alguém que me ajude a criar o Edu. Que seja um bom exemplo pra ele. Ele fica sozinho com o Ricardo em casa, mas ele está próximo da aposentadoria e quer voltar para a Europa. Eu preciso de alguém que possa ficar com ele, tipo uma mãe ─ disse Linkin.
"É aquela putiane é um bom exemplo pra alguém? Existem babás para isso".
Não estou aqui dizendo que o modelo de família tradicional não seja importante, claro que é. Mas eu não acho que ele tenha que casar para criar o irmão. Quantos pais criam muito bem seus filhos? Ele não podia fazer o mesmo? Droga! Eu gostava dele, eu gostava muito dele. Eu gostava pra caramba dele. Me julguem, mas eu tinhas esperanças que...Seila! Não sei. Só sabia que estava arrasado.
― O que você acha? ― perguntou ele por fim.
― Eu não tenho que achar nada ― disse. Não pude esconder a minha voz triste. Na verdade eu não queria esconder.
― Mas quero a sua opinião! Ela é importante para mim ― disse ele.
"Só a minha opinião é importante para você?"
― Eu acho que você deve fazer o que acha certo ― foi tudo que eu pude dizer. Depois disso o lanche que já tinha virado jantar foi pelos ares. No meio do jantar eu não podia mais aguentar o clima.
― Vamos embora? Eu não estou me sentindo bem ― disse me segurando pra não chorar.
― Mas já? Aqui esta ótimo, você tinha razão, eu adorei o local. Vamos ficar mais um pouco ─ disse ele.
"Ótimo só se for pra você".
― Vamos, por favor? ― eu quase implorei.
― Realmente você não me parece bem ― disse ele.
― Eu só preciso sair daqui ― eu disse
"E ficar bem longe de você"
― Se é o que você quer, então vamos ― disse ele.
***
O trânsito estava horrível e eu pior ainda. Eu só queria a minha casa, minha cama, ficar sozinho.
"Eu sei que essa parte esta melancólica, mas fazer o que".
Estávamos ouvindo uma playlist no carro dele quando começou a chover de leve. E como sofrimento não é pouco começou a tocar "someone like you". No segundo verso eu não pude mais aguentar. Eu não podia mais ficar naquele carro. Está ali com ele era uma violação aos meus sentimentos, ao meu amor próprio. O trânsito estava parado. Minha respiração estava pesada e minha cabeça estava girando. Um pensamento me passou pela cabeça e não eu pensei duas vezes. Me libertei do cinto de segurança. Que foi um alivio para mim e apertei o botão que destrancava as portas no console central do carro, abrir e sair sem da explicação e fui andando quase correndo no meio dos carros no chuvisco. Fui fazendo zigue zague. Ele saiu do Sonata e chamou por mim, mas não parei, comecei a correr de verdade, e antes que ele me alcançasse eu abrir a porta traseira de um táxi parado, que pela minha sorte estava vazio, e um tempo depois eu vi que ele passou pelo lado do carro ainda a minha procura, e com essa imagem eu chorei.
***
Amo vocês demais
X.O
Oliver Porscher
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O Irmão do Meu Aluno (Romance Gay)
RomancePrimeira Fase Oliver é um rapaz recém-formado em licenciatura que vai ministrar aula em uma escola particular de renome na sua cidade e lá se depara com o seu primeiro problema com um aluno. Eduardo que sempre foi um ótimo aluno começa a decair em...