OIMA - Capítulo 19 - Você Ama o Meu Filho?

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"Se você começar o relacionamento se mostrando dependente, ele vai se afastar. Mas, se ele a vir como algo que não pode ter, conquistá-lo será um desafio".

Esse é um principio de atração que eu li em um livro que eu sempre indico as minhas alunas, pois se aplicava bem aquela situação. Bem, se vocês achavam que tudo ficou bem depois daquele jantar, meus caros sinto desapontar, mas não ficou, digo de imediato.

Não preciso nem dizer que depois daquele jantar não tive mais contado com eles, nenhum deles. Edu apenas me dava pequenos sorrisos ou respondia as minhas perguntas em sala de aula, mas apenas isso. Linkin nunca mais foi buscar o irmão, sempre era o senhor R com o carro branco, e com o tempo eu deixei de esperar, sentia falta dele, da amizade. Eu disse antes que não tinha confiança de coloca-lo no posto de seu desejo, mas também não queria perder a amizade. No final será que era isso que estava acontecendo? Sem contar que meu namoro tinha ido pelo ralo novamente, dessa vez de uma forma bem mais civilizada, mas tinha ido. Eu estava feliz por ele, mas estava novamente sozinho. Sempre amei minha própria companhia e não me importava de fica temporadas recluso. Então porque dessa vez eu me sentia vazio?

Com isso, se passou mais de um mês, somado aos outros iria fazer quase um ano e meio que eu conhecia Linkin.

"O tempo passou tão rápido não foi?"

Alguns dias depois, mais precisamente à noite, eu estava chegando ao meu prédio, deixei meu carro na garagem, peguei minhas sacolas, pois eu tinha passado no shopping para compra umas roupas e um mapa que eu queria muito, e notei que não tinha pegado minhas correspondências há dois dias. Então resolvi ir ate o térreo. Chegando a portaria, o porteiro me informou que eu tinha visitas. Estranhei; mesmo meu condomínio possuindo sala de espera, nossos amigos nunca fizeram uso dela, pois sempre tinha alguém no apartamento. Então fui ate a sala, que ficava um pouco depois da portaria a direita. Quando cheguei ao espaço me deparei com ela, Martha. Acho que não preciso citar que ela estava deslumbrante, soltei um suspiro.

─ Espero que você não tenha esperado muito, eu não sabia que vinha me visitar ─ disse entrando no recinto.

─ De forma alguma. O senhor Geraldo foi um cavalheiro ─ disse ela fazendo menção ao porteiro, sorri. Peguei todas as minhas sacolas com uma mão e ofereci o outro braço a ela, que sorriu e pegou, assim subimos para meu apartamento.

Entramos e a levei a sala de estar, era incrível como minhas amigas não ficaram mais em casa ultimamente. Fui colocar minhas coisas no meu quarto e ligar as luzes dos outros cômodos. Depois disso fui até a cozinha, e peguei o café que deixei fazendo na cafeteira, estava fresco, ainda bem. Coloquei em uma bandeja junto ao jogo de xícaras e uns biscoitos e levei a sala. Ela estava sentada ao meu sofá, mas de frente para mim, eu a servi e ela me fez um elogio, então começou.

─ Bem, você deve saber o motivo da minha visita ─ disse tomando mais um gole do café.

─ Não, mas acho... ─ eu comecei a dizer meio constrangido, mas ela me interrompeu.

"Essa família tinha esse mal de interromper as pessoas".

─ Oliver! Não vamos insultar as nossas inteligências. Você sabe muito bem que vim fala do meu filho ─ Disse ela suspirado ─ Oliver, minha vida está diferente, tudo mudou. Em um momento meu lar estava em crise, logo depois sofremos um acidente. Perdemos o pai da família e eu passei mais de ano em coma, sabe o que é isso? Para mim foi apenas algumas horas.

Antes disso eu tinha um filho rebelde, fora do convívio familiar, que brigava com o pai a todo instante, um filho instável, e como no piscar de olhos ele mudou, você não sabe o quando isso me assusta ─ Ela ficou de pé e foi ate a janela de vidro que dava para minha varanda ─ Para mim tudo passou em um instante. Eu acordei e meus filhos tinham mudado. Acredite, eu tenho uma mente aberta, mais isso é duro no inicio para qualquer mãe, sempre vi meu filho saindo toda noite com uma garota diferente, podia não gostar desse comportamento, mas era o comum dele, depois ele arrumou aquela namorada insuportável, mas mesmo ela sendo uma pessoa horrível eu pensei que ele iria tomar jeito com ela, formar uma família e cuidar dos nossos negócios. Isso pode parecer piegas para você, mas era nisso que eu acreditava. Mas hoje ele apenas sofre, sofre por um amor não correspondido, sofre por um homem. Sofre por você Oliver ─ disse ela virando para mim encarar.

O Irmão do Meu Aluno  (Romance Gay)Onde histórias criam vida. Descubra agora