O Irmão do Meu Aluno (Romance Gay)

OIMA - Capítulo 27 - Perdão?

Capítulo 27

"Remorso é algo que vai nos torturar pro resto de nossas vidas, e isso eu aprendi na pele".

Eu estava pensando no que tinha acontecido agora a pouco. Linkin e eu estávamos em um carro da companhia Air France que tinha como motorista uma moça muito simpática. Ela estava falando com Linkin animadamente sobre as belezas de Portugal, fazia exatamente uma hora e meia que estávamos em solo europeu e eu já estava profundamente triste, mas não me arrependia da minha decisão. Mas isso não impediu que as imagens do ocorrido voltassem a minha mente.

Três horas antes.

Então comandante? ― perguntou Linkin ― O que vai ser?

O piloto ficou em silêncio por alguns segundos analisando a situação, mais por fim respirou fundo e disse.

― Katia, pegue a lista de passageiros ― disse ele.

A comissária saiu para cumprir a ordem. Linkin voltou a se sentar enquanto Katia retornava com a lista de passageiros, após uma conferida rápida o comandante voltou a fala.

― Senhor Manuel Mangueira, com o poder de polícia instaurado em mim, declarando que o senhor esta preso em flagrante por Calúnia e difamação contra ― ele olhou novamente a lista ― Oliver Porscher e Linkin Guimarães, além de ser acusado por esse comandante de comprometer a boa ordem e a disciplina que coloque em risco a segurança da aeronave e das pessoas que estão a bordo.

Manuel, a esposa e eu ficamos estupefatos com o ato, jamais eu pensei que um piloto de avião pudesse dar ordem de prisão a alguém.

― Ele pode fazer isso? ― perguntei a Linkin, que apenas confirmou com a cabeça.

― Rodolfo, pergunte ao copiloto se já estamos no espaço aéreo português, caso já estejamos peça a ele para entrar em contato com a Torre do ICAO : LPPT, para avisar que aconteceu um crime no voo AF 456 da KLM com destino a Lisboa. Que estou levando sob custódia uma pessoa e que a Policia de Segurança Pública esteja a posto no portão de desembarque.

A mulher do senhor Manuel começou a chora enquanto a aeromoça os mudava de lugar, ainda na mesma classe. Linkin me puxou para um abraço de lado e ficamos assim, ele estava bem tranquilo enquanto eu morria de preocupação. Uma hora depois a aeronave iniciou os procedimentos de aterrissagem, depois que o avião pousou no Aeroporto Internacional Da Portela, os comissários iniciaram os procedimentos de desembarque, porem o aviso de soltar os cintos não foi desligado, em vez disso a voz do comandante fez um anuncio avisando que a Policia de Segurança Publica de Portugal adentraria o avião e não a saudação de boas vindas.

O Superintendente, que por uma coincidência estava no aeroporto foi o primeiro a entrar na aeronave seguido de dois policiais, o comandante foi recebê-lo e explicou a situação para ele, que por sua vez passou as responsabilidades. Fomo-nos levados para a sala da Guarda Nacional Republicana, já que o "crime" aconteceu no espaço aéreo do país, mas a PSP que cuidou da formalização da denuncia. Portugal é conhecido pelo seu ótimo sistemas de leis, tudo foi feito com muita agilidade, Linkin formalizou a denuncia e a companhia área lhe deu todo o suporte, tanto a ele quanto ao cmte. A policia já tinha quase todos os depoimentos, faltava só o meu, eu estava esperando em uma sala separada enquanto Rodolfo, o comissário, prestava o seu depoimento, eu estava muito aflito quando a esposa do senhor Manuel, uma senhora de idade, saio da sala chorando, ela veio até mim, que estava sentando em uma cadeira e se ajoelhou, sim, se ajoelhou aos meus pés, a única reação que tive foi entrar em pânico.

― Por favor meu jovem, não deixe que prendam o meu marido, por favor ― implorou a senhora.

― Senhora, se acalme, vai ficar tudo bem, não creio que ele vá pra cadeia por causa disso ― disse eu na esperança de acalma-la.