No terceiro andar da casa, longe de tudo e de todos, tentava desesperadamente descansar minha cabeça e acalmar meus pensamentos. Deus, só queria voltar no tempo para uma semana atrás, onde minhas únicas preocupações eram que roupas usar e qual seria o próximo livro que leria.
Posso até ouvir Stefan reclamando da minha demora e insistindo em dizer que eu ficava boa em tudo. Nunca pensei que sentiria tanta saudade daquele meu namorado chato!. E pensar que fui eu quem terminou o relacionamento...
__Anna?__ Uma voz abafada vindo de um Comodo no fundo interrompeu meus pensamentos. Era feminina e provocava eco.
Levanto do chão em um pulo, assustada e com o coração a mil.
__Quem está ai??__ Pergunto amedrontada, esperando sinceramente de que não haja uma resposta.
__Oh, Anna...__ Fala a voz desconhecida, revelando um certo nível de compaixão e conforto.__ Esperei tanto por voce...__ A voz era tão abafada e possuía um eco tão intenso que era difícil ouvi-la com clareza.
Ando devagar e hesitante até o comodo. Estava vazio, assim como todo o andar. Era impossível alguém estar aqui. Eu ouviria passos ou ao menos sentiria a presença de alguém. O lugar estava completamente silencioso. Pareia um verdadeiro cenário de filme de terror. Quer dizer, tinha um ponto positivo: Ainda era de dia.
Após alguns minutos pensativa, resolvi descer até o primeiro andar, onde pessoas de verdade certamente estavam esperando por mim. Me virei para descer as escadas, me deparando com duas crianças de mãos dadas. Eram gêmeas, ambas ruivas.
Gelei. Não podia mais ouvir meu coração, meu sangue sumiu e meus olhos paralisaram, assim como o resto do meu corpo. Tentava desesperadamente falar alguma coisa, mas minha boca não obedecia. Meus instintos se revezavam constantemente entre correr, gritar ou pular da janela mais próxima. Todos em vão. Nenhum membro do meu corpo correspondia as minhas ordens. Estava presa ali.
Elas começaram a andar até mim, pulando como crianças travessas. A medida que se aproximavam de mim elas cresciam, escalando suas idades, até chegarem até mim, onde estavam do meu tamanho e provavelmente com a mesma idade.
Seus cabelos estavam longos e seus olhos bicolores cansados me lembravam os de papai.
__Irmãs compartilham.__ Falaram as duas em conjunto, com as mesmas vozes abafadas e ecôosas que a anterior, porém com uma diferença bastante aparente.
Após dizer estas palavras, as duas pegaram uma faca de prata brilhante e fizeram um corte profundo na palma de suas mãos. Sangue vermelho vivo jorrava de seus dedos e caiam no chão. Olhei para o sangue no chão, completamente hipnotizada.
Voltei minha atenção para elas, para então as duas pegarem minhas mãos, uma para cada, e segura-las, com a palma de suas mãos pingando sangue contra a minha.
__ A princesa retornará quando a coroa reinvidicar.__ Falaram ambas, antes de me soltarem e correm juntas para onde eu as havia visto.
Assim que chegaram ao local, agora como crianças novamente, as duas se viraram para mim e levaram um dedo ao lábio, representando um ''Shhh!'' com a boca. Foi a última coisa que vi antes de desmaiar.
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A Princesa Vermelha
أدب المراهقينEscuro, silencioso, assustador. Era assim que eu poderia descrever nosso novo ''lar''. Havia cheiro de mofo em todo lugar e, sinceramente, não sei como eles estavam conseguindo respirar com tanta facilidade. O cheiro chegava a ser sufocante. ...