Cap. 1

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19 de janeiro, 1845. Atenas, Grécia

Olá, meu nome é Katherine Gryden, tenho 16 anos, tenho um cabelo liso, longo e ruivo, meus olhos são azuis, um pouco esverdeados e minha pele é bem clara. Não sou muito parecida com as outras pessoas, todos a minha volta acreditam em vários deuses, como Zeus, Afrodite, Atenas, entre outros, cada um desses deuses são responsáveis por alguma coisa, deus do mar, da beleza, da guerra, do sol, quanta criatividade né?

Então, como dizia eu não acredito nesses deuses nunca acreditei, minha família inteira acredita, meus amigos, todo mundo segue essa mesma crença, não tenho nada contra essas pessoas, e elas não têm nada contra mim, pois ninguém sabe. Se soubessem, era bem capaz que eu fosse presa ou coisa assim.

Hoje é um dia "especial", como em todos os anos há uma seleção em que participam garotas de 16 anos, que se inscrevem para ficar um ano numa casa, tendo uma vida perfeita, quando esse ano termina, a menina é morta na frente da cidade toda " e sua alma é entregue aos deuses em troca de saúde da população e sorte na colheita " e esse ano, fiz 16 anos, vou participar   do concurso. " e quem não quiser participar " você me pergunta; Todas querem participar, afinal, quem não participaria  de um sorteio em que você ganha um grande prêmio de " PARABÉNS! VOCÊ SÓ TEM UM ANO DE VIDA!!"

Sorrio levemente com meu pensamento, quando lembro que pode ser eu a ganhadora desse sorteio.

Começo a andar em direção à praça da cidade, onde em dez minutos, começaria a seleção  desse ano, e é claro, veríamos a morte da menina do ano passado.

A celebração começa, um homem barbudo começa a falar sobre a história da cidade, e quando começou essa " linda celebração " e os " ótimos benefícios " que ganhamos quando começamos a fazer essas festas, ele vai falando sobre várias coisas das quais não me interessam.

Até que, finalmente, o homem para de falar e a menina ( a escolhida do ano passado, acho que o nome dela  é Ace) pega um papel e entrega ao tagarela barbudo. Um moço chega  e encosta uma faca no pescoço dela, o barbudo tagarela volta a falar.

Sinto alguém me encarando, percebo que o guarda com a faca encostada em Ace me olha, encaro ele, e a garota começa a me olhar também, com um olhar frio ( o que não é uma surpresa, pois seu nome, Ice, digo, Ace já diz isso kkkkk, desculpa não resisti) enfim, retornando ao assunto, ela me encara até o barbudo parar de falar e o moço da faca ( que, aproposito é muito lindo) cortar o pescoço de dela matando-a engasgada no próprio sangue.

Ace está morta, todos comemoram.

As pessoas são frias, ninguém se importa com os outros, isso é egoísmo, crueldade, é desumano, como essas pessoas conseguem acreditar que, matando uma garota de 16 anos, mudaria alguma coisa nas nossas plantações? Será que isso é desumanidade ou apenas burrice? Não sei, as pessoas são, pelo menos, as pessoas daqui são estranhas.

O barbudo tagarela finalmente fez o povo calar a boca, inclusive a própria família de Ace, que estava FELIZ COM A MORTE DA PRÓPRIA FILHA. Me enganei, ninguém aqui é burro ou estranho, são todos animais, sem um pingo de humildade no corpo, agora tenho certeza disso.

Quando todos finalmente se calaram, o velho barbudo abre o papel com o nome da próxima azarada, e seu olhar vazio percorre lentamente todas as meninas e ele lê o nome: - Katherine Gryden - Todas olham para mim, ouço minha família comemorando como se isso fosse realmente uma coisa boa, meu corpo está pesado, não sinto mais nenhuma mão que antes me agarrava, minha audição vai sumindo aos poucos, até que não escuto mais nada, com o que resta da minha visão consigo perceber rostos me olhando, acho que cai no chão, minha vista vai ficando cada vez mais turva, até eu não conseguir enxergar mais nada, não consigo me mexer, sinto alguém me pegando no colo, é a última coisa que lembro, depois disso, desmaiei.

A Quase SacrificadaOnde histórias criam vida. Descubra agora