Eu não morri. Eu estou acordada, apenas com medo de abrir os olhos, sabe por que? Porque eu escuto vozes e não quero mais abrir meus olhos e me ver sozinha, não quero mais que a vida ria de mim quando eu perceber que tudo isso não se passa de uma miragem.
-Katherine...- escuto uma voz me chamando, ela é familiar. Demoro um pouco para lembrar, mas depois me recordo: Clarisse. Escutar sua voz é muito bom, não quero abrir meus olhos, não quero que isso vá embora.
Sinto alguém tocar minha mão. Isso é real, eu sei. Abro meus olhos, uma felicidade imensa percorre meu corpo. Eu não estava na canoa. Estava deitada numa cama, num barco, e ao meu lado estava minha amiga. Clarisse estava aqui. -Clarisse...- digo, com dificuldade, pois as lágrimas já percorrem meu rosto. Ela me olha, surpresa por eu ter acordado, e vai correndo chamar alguém, eu continuo deitada, mas noto que meus machucados já estavam todos enfaixados, a roupa que eu vestia, estava limpa e seca, eu me sentia um pouco melhor, provavelmente me deram alguns remédios, pois eu me sentia bem, apesar da fome e da sede.
Clary chega com um homem, que julgo ser um médico ou coisa parecida, ele me pergunta diversas coisas, eu respondo, e logo ele sai me deixando sozinha com Clarisse. Minha amiga me abraça, e logo depois me dá comida e água. Eu aceito sem pensar duas vezes e, enquanto como, conto toda a história sobre meus dias sozinha e conto o quão feliz fiquei ao saber que teria uma chance de sobreviver, já que Clary havia me salvado.
-Quanto tempo eu fiquei desmaiada?- perguntei, ela me olha e responde
- quando te achamos você já estava desmaiada, eu não sei quanto tempo você passou assim antes de nós a encontrarmos, mas aqui no barco, você passou umas cinco horas desacordada. Nós te demos alguns remédios e cuidamos de seus machucados, foi muita sorte a canoa que você estava ter ido em direção à Itália, mas sorte ainda que nós te achamos. - sorri, ela salvou minha vida.Mesmo quando acabei de comer, continuei conversando com minha amiga, eu já me sentia muito melhor, eu tinha sobrevivido. Eu tinha vencido a morte.
Depois de um tempo, um homem apareceu na porta do quarto em que nós estávamos e disse que tinha que falar com Clary, ela disse para mim que logo voltava, e enquanto isso eu poderia ir me limpando, arrumando meu cabelo etc. Foi o que eu fiz, até ela voltar, eu fiquei me arrumando. Olhei o espelho que havia no quarto. Eu já não estava mais tão pálida, talvez eu tenha emagrecido um pouco, mas não estava esquelética. Eu me sentia saudável, pelo menos, mais saudável do que eu estava ontem.
Clarisse demorou para voltar, já estava escurecendo quando minha amiga voltou, pelo menos, ela havia trazido a janta. Comemos em silêncio e eu fui dormir. Sim. Eu passei o dia no quarto. Eu estava muito doente quando cheguei, não era recomendo que eu saísse andando pelo barco, então passei meu dia aqui.
~Dia seguinte~
Essa noite, por incrível que pareça, eu não tive nenhum pesadelo. Eu acordei sorrindo, estava feliz por estar aqui. Estava feliz por estar viva. Levantei da cama e fui para o trocar de roupa, dei uma arrumada no cabelo e fiquei esperando Clary acordar, ela tinha dormido aqui, segundo ela, era para me ajudar em qualquer coisa que eu precisasse durante a noite.Passaram uns dez minutos e Clarisse acordou. Comemos um café da manhã e o médico do barco veio ver como eu estava, depois dele falar um pouco com Clary, minha amiga vem em minha direção com um grande sorriso no rosto: - Kat! O médico disse que você já está bem, e que não precisa mais ficar apenas no quarto!- ela anuncia, e eu sorrio, muito feliz
-jura?- pergunto. Ela acena com a cabeça e diz: - Sabe qual é o melhor? Tem uma pessoa aqui no barco que vai amar te ver! - não tenho ideia de quem pode ser essa pessoa, mas mesmo assim, vou com Clarisse até a porta, e saio do quarto, feliz em ver a luz do sol novamente.
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A Quase Sacrificada
Teen FictionOlá, meu nome é Katherine Gryden, tenho 16 anos e moro na Grécia. Eu era uma adolescente comum, até ser escolhida para... Morrer. Muita coisa muda nesse um ano da minha vida, quando sou selecionada para servir de oferenda aos meus "queridos" deuses...