Cap. 26

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Havia alguns problemas no barco. Segundo Aaron, eles poderiam ou não atrapalhar nossa viagem, e essas falhas, infelizmente não poderiam ser arrumadas. Pelo o que Aaron dizia, havia uma falha numa das partes inferiores do barco, não era exatamente um buraco, era uma parte pouco reforçada do barco, uma parte frágil, como se fosse o seu ponto fraco. Espero que esse " ponto fraco" não cause a nossa morte.

~Algumas semanas depois~
Eu já tinha perdido a noção de quanto tempo já estava no barco, sabia que já haviam se passado semanas, mas eu não sabia quantas. E eu não ligava para isso. Meus dias no barco eram, basicamente conversar com Drake, Aaron, Lucy e Daniel; comer, dormir e olhar o mar, mas eu não via a hora da chegar à Itália.

Logo que acordei, senti uma sensação estranha, como se algo ruim fosse acontecer hoje. Respirei fundo e tentei dizer para mim mesma que isso só era uma sensação passageira, e nada de ruim aconteceria hoje. Mas eu não era capaz de acreditar nisso.

Eu estava comendo uma maçã conversando com Drake, Lucy, Daniel e Aaron, isso me lembrava de quando eu estava na mansão e ao invés de Lucy e Daniel, tínhamos Hayley, e de vez em quando, Clarisse ou Matt. Aquela sensação de hoje de manhã voltou, e eu tentei me concentrar ao máximo na conversa, o que não foi possível, pois começamos a ouvir alguns gritos, e logo depois um barulho muito alto, como se fosse um trovão, o porém esse barulho foi no barco. Nós nos levantamos rapidamente, procurando saber o que está acontecendo, algumas pessoas já apresentavam pânico em suas faces, corremos para saber o que estava acontecendo, Camille correu até nós, pedindo para Lucy segui-la até o quarto delas, que ficava na parte debaixo do barco, Lucy a seguiu até o alçapão no canto da cozinha, e me puxou junto dizendo que se ela fosse para um lugar seguro, eu também teria que estar lá. Mas não deu muito tempo, pois Drake me puxou pelo braço, e eu vi Camille fechando a porta do alçapão. Outro sentimento ruim percorre meu corpo.

O barco balançava muito, algumas pessoas, muito amedrontadas,  já se jogavam no mar. Por que essas pessoas estavam se suicidando? O que estava havendo? -KATHERINE - gritou Drake ao meu lado, eu olho para ele, que volta a falar: - o barco bateu numa pedra, foi bem na parte menos reforçada do barco. Estamos afundando. - a expressão em meu rosto muda de repente, antes estava confusa, agora estou horrorizada. Comecei a sentir o barco afundar, claro que isso acontecia muito lentamente, mas agora era como se eu sentisse a água preencher o barco, afogando todas as pessoas que, desesperadas, tentavam sair dos andares inferiores. Não, não pode ser. Lucy. Ela estava num desses andares.

Desgrudei rapidamente a mão de Drake da minha e corri até a cozinha, quando meu namorado percebeu, foi correndo atrás de mim, gritando meu nome.

O barco parecia estar afundando cada vez mais rápido, mas eu não sairia de lá sem Lucy. Cheguei no alçapão, eu tentei abrir, mas era impossível. A porta do alçapão era de um vidro grosso, eu não conseguiria quebra-lo.
Vi Lucy batendo no vidro, pedindo minha ajuda, enquanto a água já começava a chegar em seus ombros, eu comecei a ficar aflita, eu não conseguia abrir aquele alçapão, minha amiga estava morrendo, e eu não podia fazer nada.

Não havia mais espaço para Lucy respirar. A água já tinha ocupado todo o espaço, ela ainda está viva, mas eu sabia que era por pouco tempo. Seus movimentos começam a ficar lentos, e, segundos depois, ela parara de se movimentar. Lucy começou a afundar. Ela tinha morrido. Eu não fiz nada para impedir.

Começo a chorar desesperadamente, eu não ligava mais para o barco que estava afundando. Não ligava para nada. Drake começa a falar que temos que sair dali, mas eu não me movo. Ele me pega no colo e começa a correr, eu tento sair de seus braços, mas não consigo. As pessoas ainda pulam do barco, afinal não há nada que possamos fazer para sobreviver. Viro meu rosto para Drake e digo, baixinho, para que só ele escutasse:
-eu não quero morrer- ele me encara e percebe o medo em meus olhos -nós não vamos. Eu prometo.- diz.

A Quase SacrificadaOnde histórias criam vida. Descubra agora