Cap. 18

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-EU VOU TE MATAR- gritava Hayley, e não sei como os meninos não ouviam isso, mas ok, por enquanto eu ainda conseguia segurar a faca numa distância consideravelmente longe de mim, e ela não parava de gritar, isso me irritava profundamente.

Hayley era fraca, eu conseguia facilmente manter a faca longe do meu pescoço, - então Hayley, o que você veio fazer aqui ontem? Por que você foi ver Mason? - perguntei, aos berros também. Logo, ela me responde -Você não tem nada a ver com Mason! Eu disse para ele tomar mais cuidado com você e Drake, e talvez eu tenha pedido para ele supervisionar mais vocês de vez em quando...- sabia que essa vadia tinha falado alguma coisa que ela não devia. Mas, ainda faltava uma peça naquele quebra cabeça. - E como você conheceu Mason? Eu vi que vocês têm muita intimidade não é mesmo? Além de tudo você é infiel, não é Hayley? Você não tem dó do Aaron não? - a reação dela perante ao que eu disse foi totalmente diferente da que eu pensei, ela riu sarcasticamente e disse - Você realmente acha que eu ligo para Aaron? O que me importa é o dinheiro que ele tem. E sim, eu tenho um caso com Mason! Não se ache tão esperta a ponto de tentar me entregar à Aaron ou a qualquer um, Katherine. Você não vai sair viva daqui. - nesse momento ela chuta minha barriga e força a faca contra meu corpo, por mais que eu faça força, sinto que talvez ela possa ganhar essa batalha.

Mas não. Eu vou vencer. Chuto sua perna com o máximo de força possível, fazendo com que ela perca o equilíbrio, e começo a soca-la, ela me acerta algumas vezes, mas nada que me machuque muito. Nós duas temos cortes no corpo, mas não ligamos, continuamos a lutar. Hayley, rapidamente pega sua faca e faz um corte em minha bochecha, depois, ela consegue me derrubar. Ela coloca a faca no meu pescoço. Agora percebo que boa parte do meu corpo está cheia de cortes de faca, e eles ardem, muito. A sinto a lâmina encostar na minha pele. Não quero morrer, não quero. Fecho meus olhos. Esperando pela minha morte. Mas nada acontece. Abro os olhos e Hayley não está mais em cima de mim. Aaron tinha tirado ela de lá, e agora Hayley procurava a faca. Ela estava um pouco tonta, acho que Aaron deve ter dado-lhe um soco.

Eu olho para minha mão e vejo a faca. Encaro Aaron e consigo escuta-lo dizendo " mate-a. Rápido, antes que ela veja a faca na sua mão", aceno com a cabeça. Não sei o que fazer. Hayley pula em cima de Aaron o derrubando no chão, e começa a acerta-lo com uma pedra. Eu não aguento ver a cena. Sinto raiva. Uma energia corre pelo meu corpo e minha sanidade desaparece por alguns segundos. Eu tiro Hayley de cima de Aaron e jogo-a no chão. Antes que ela faça qualquer coisa eu enfio a faca em seu pescoço. Qualquer brilho que havia em seus olhos, sumiu de repente.

Eu olho para o que eu fiz, minha sanidade volta, começo a tremer, olho para minhas mãos. Elas estão cheias de sangue. E esse sangue não é só meu. Começo a chorar. Como eu posso ter matado uma pessoa? Eu acabei de tirar uma vida, não há nada pior que isso. Eu sou uma pessoa horrível. Não consigo parar de chorar. Por mais que eu a odiasse ela não merecia a morte. Ninguém merece. Mas eu simplesmente causei isso a ela. Drake corre até mim e me abraça. Ele diz que vai ficar tudo bem, mas eu não sei se acredito nele. Meu namorado tenta me acalmar, mas é impossível. Ele troca algumas palavras com Aaron, depois fala para mim que ele vai me levar à mansão, e assim faz.

Chegando lá, eu vou tomar um banho. Fico um tempo de baixo da água pensando no que Drake havia dito para mim nos meus primeiros meses aqui, quando o perguntei como ele se sentia após matar alguém. Agora eu entendia o que ele tinha a dizer. Foi tão fácil matar Hayley, mas agora está tão difícil de lidar com o que eu fiz.

Eu já tinha parado de chorar, e não tinha mais sangue em meu corpo. Drake cuidava de alguns cortes que Hayley  havia feito em mim, e eu continuava calada.

Depois de um tempo, quando ele acabou, fui em sua direção para abraçá-lo, e ficamos assim, em silêncio por um tempo, até que ele beija minha testa e me pergunta se estou bem, eu aceno negativamente com a cabeça.

A Quase SacrificadaOnde histórias criam vida. Descubra agora