Cap. 8

76 10 1
                                    

~ Drake on ~
Já fazia algumas horas que Kat havia saído do quarto, e eu aqui, que nem um imbecil sentado em sua cama esperando ela voltar, se ela voltar...
Eu não sei se como seu namorado eu deveria sair e procurar ela, ou deixá-la fugir daqui e tentar, a sorte sobreviver.

A primeira opção me pareceu um pouco egoísta, já a segunda, errada, alguma coisa me dizia que eu precisava procurar Katherine, então saí pela janela, correndo para a floresta, a sua procura.

Chegando na floresta vi uma árvore completamente mutilada, cheia de cortes feitos à faca, espero que ela esteja bem, se alguma coisa acontecer com ela, eu não sei do que sou capaz.

Continuei andando, em direção ao morro, realmente espero que ela ainda esteja lá...

Arregalo meus olhos quando me deparo com a pior cena que já vi na minha vida, o amor da minha vida em cima de um monte de folhas, deitada de bruços, aparentemente inconsciente  e uma estaca de ferro perfura sua barriga, chegando até as costas, e suas roupas, cobertas de sangue...

Corro até ela, começo a gritar seu nome, mas ela não acorda.

Algo me diz que ela não vai acordar.

Ela não pode morrer.

Ela não vai morrer.

Mas ela não acorda.

Seus olhos estão fechados, não consigo ver o azul deles.

Não há mais nenhum sorriso restante em seus lábios.

Ela está pálida, mais do que o normal.

Parece que até o vermelho vivo de seus cabelos se apagou.

A única coisa que continua na cor viva  em seu corpo, é seu sangue.

Estou segurando a mão da minha pequena.

Não quero deixá-la.

Mas não sei se tenho coragem de enterra-la.

Sinto Katherine mechar a mão.

Ela faz uma cara dor, e começa a acariciar minha mão.

-Drake? - fala ela como num sussurro, aperto sua mão com força - sim, sou eu, estou aqui Kat - ela sorri, eu sorrio também, mas logo seu sorriso some, pois a dor toma seu corpo, eu não sei o que fazer, decido que seria melhor tirar a estaca de sua barriga, eu digo isso a ela, que parece não gostar muito, mas no final deixa.

Pego o pedaço de metal por suas costas, conto até três e puxo. Ela grita de dor, lágrimas saem dos seus olhos, mas ela não desmaia, apenas chora, como eu odeio fazê-la chorar.

Arranjei um jeito de estancar o sangue, ela diz que está melhor, mas isso não me convence.

~ Katherine on ~

Eu escutava Drake me chamar, me sacudir, mas meu corpo simplesmente não respondia aos comandos, mas agora eu estava bem, Drake já havia tirado o pedaço de ferro da minha barriga, eu já estava no meu quarto, muito melhor, acho que nem preciso falar que perdi meu bebê, isso é meio que óbvio. Acho que eu deveria estar me sentindo aliviada de ter perdido meu bebê, mas estava me sentindo triste, isso foi uma bela lição, acho que não deveria mais engravidar. Vou anotar na lista de merdas que já ocorreram na minha vida que eu não deveria fazer de novo, acho que pular de um morro vai ser a primeira delas.

Drake parece não confiar muito em mim quando digo que estou bem, acho que ele não me deixará sair mais sozinha...

Enquanto Drake tomava banho, decidi ir dormir, ou pelo menos, fingir que dormia, pois tenho certeza que na primeira oportunidade que tiver, Drake me perguntará o que aconteceu para eu ter me jogado do morro.

Sinto ele deitar na cama, e se aproximar de mim, ele beija minha bochecha, chega perto do meu ouvido e fala - Eu sei que está acordada, e eu quero saber o que aconteceu com você hoje - sinto uma tristeza profunda invadir meu corpo quando lembro da minha tentativa de suicídio perto da árvore, continuo quieta, fingindo não ter escutado, até ele me chamar de novo, abri meus olhos, e comecei a contar tudo, desde quando eu entrei na floresta até eu desmaiar, a cara com que ele me olhava me fazia sentir mal, por que eu não morri? O que eu estou fazendo aqui nesse mundo? Depois de um tempo Drake decidiu falar alguma coisa - você tentou se matar? Por que Kat? É só por causa do evento daqui a três meses? Kat, por favor, nós vamos conseguir sair dessa, eu não vou te matar, você sabe que eu não conseguiria... -

Voltei a chorar, eu sou tão idiota, tão burra, tão egoísta, tão... Tão... Não sei, não consigo pensar em nada, apenas na vontade que eu tenho de morrer, e ficar viva ao mesmo tempo.

A Quase SacrificadaOnde histórias criam vida. Descubra agora