Cap. 6

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Tivemos peixe para janta, então minha vontade já havia passado, estava exausta, mas minha noite só estava começando, agora eram 6:30 da tarde, estava me preparando para uma festa que teríamos agora à noite, era meu aniversário, e para comemorar, teria que fingir estar feliz numa festa em que várias pessoas ficariam me rodeando o tempo todo, e eu não poderia ficar sozinha com Drake.

Ao entrar no salão, já perdi Drake em meio à multidão, as pessoas me rodeavam, me desejando parabéns e tudo mais, agradecia, tentando sair do meio daquela muvuca, ela me deixava extremamente tonta e um pouco desconfortável, as pessoas começaram a surgir na minha frente, me puxando para todos os lados, meu mundo começou a girar, o desconforto virou desespero, o fim da multidão, e a porta do banheiro ( que seria o único lugar que teria paz) eram como uma luz no fim do túnel, estou quase chegando, 2 metros, 1 metro... Sinto a porta do banheiro e logo a empurro, tenho que me apoiar na pia para não cair no chão, olho-me no espelho, minha pele está mais pálida que o normal, minha respiração, acelerada, cento numa cadeira que tinha no banheiro, ( por que caralhos tinha uma cadeira no banheiro? ). O silêncio me faz melhorar, minha respiração não está mais ofegante, acho que estou melhor.

Dez minutos depois, decido sair do banheiro, a muvuca já está menor, vou comer um pouco, pois já tinha passado um tempo da minha janta, e a fome já tinha voltado, então fui em direção à mesa, pego as primeiras coisas que aparecem na minha frente, e vou sentar para comer, sozinha mesmo, pois não tinha com quem sentar junto, passando um tempo da minha refeição solitária, uma guria aí veio sentar comigo, falando que era a jornalista da cidade, e escreveria uma matéria sobre mim, decidi fingir um sorriso, para parecer que estava mesmo afim de ficar ali, mas logo percebi que o serzinho que me entrevistava era chata e sua voz me irritava, mesmo assim continuei me comportando bem, até que ela para de falar e fica me encarando, acho que ela me fez uma pergunta... - Quê? - perguntei, tentando me situar do que a a jornalista estava falando, e parei para pensar qual foi a última palavra que eu lembro ter saído de sua boca... Daí lembrei-me que não estava escutando nada.

- Eu te perguntei se você não sabe como as pessoas podem ajudar nas doações beneficiárias ao jornal...- percorri os olhos pela multidão, que surgiu lá para escutar minha entrevista, em busca de respostas - Eu... Eu não sei, ninguém me falou nada... - vejo que a moça que me entrevistava ficou um pouco sem graça, mas voltou logo a falar sobre as doações, as pessoas, logo começaram a se aproximar de mim, fazendo aquele terrível enjoo voltar, tentei prestar atenção no que a entrevistadora falava, mas a sensação de claustrofobia era maior, e minha vontade de vomitar também,
decidi-me que era melhor levantar e ir ao banheiro, fiz isso.

Levantei, a sensação de vomitar tudo o que tinha comido ficou mais forte, estava disposta a andar até o banheiro, porém, quando dei o primeiro passo, uma mão segurou meu pulso, quando me viro, a jornalista chata sorri para mim e diz, ainda segurando meu pulso: - senhorita Gryden, a entrevista não acabou ainda, se você puder se sentar...- - não estou me sentindo muito bem... Acho que...- eu ainda estava em pé, assim como ela, quando passo a maior vergonha da minha vida e vomito no vestido dela. Ninguém mandou ser uma puta comigo.

Após a jornalista dar seu showzinho de nojo e sair correndo para o banheiro, me jogaram numa maca e mandaram- me para o quarto, dizendo que Drake já estava lá para ficar comigo.

Cheguei no quarto e Drake já estava a minha espera, ele me pegou no colo e me pôs em minha cama. Como estávamos sozinhos, ele se direcionou a minha porta e trancou-a, deitou-se ao meu lado na cama e ficou acariciando meus cabelos -você está bem?- pergunta finalmente, concordo com a cabeça, - melhor do que a entrevistadora que eu vomitei antes de vir para cá - ele arregala os olhos, surpreso, tentando segurar a risada, - você o quê? - diz ele, ainda surpreso - eu vomitei na jornalista cu que me entrevistava- a inocência de minha voz fez-o rolar no chão de tanto rir. 
- Merda Drake você deveria me consolar, não rir da minha cara feito um imbecil -  ele ainda ri quando me pede desculpas, reviro os olhos e vou ao banheiro tomar um banho.

Terminando o banho, olho-me no espelho, procurando saber o que estava me fazendo tão mal, a primeira coisa que me vem em mente é a comida, que além de me causar enjoos e me fazer vomitar, acho que acabou me engordando um pouco... Arregalo os olhos, não, não pode ser, não posso, não é possível " sim, faz sentido, ligue os pontos Katherine, você está sentindo enjoos, está vomitando, sentindo desejos de comer coisas que nem gosta muito, você engordou, tudo isso são sintomas de gravidez" eu escutava meu subconsciente dizer isso como um sussurro em meus ouvidos, eu só pensava no quão fudida estava, porra Katherine você realmente tinha que engravidar ? Como eu vou contar isso a Drake?

A Quase SacrificadaOnde histórias criam vida. Descubra agora