Cap. 3

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Alguém me espera na porta, fico surpresa quando vejo que esta pessoa é o meu grande amigo velho barbudo tagarela! Ele se aproxima de mim e se apresenta, dizendo que seu nome é John.

John me leva até meu quarto, e me orienta para tomar banho e descansar antes de almoçarmos.

Drake entra no quarto, senta numa cadeira que tinha lá e fica a me encarar, até que me pergunta - já atirou de arco e flecha?- - algumas vezes, por que? - como assim? Arco e flecha? Eu vou ter que voltar a atirar? Por que? Na verdade, eu já atirei algumas vezes quando era pequena, eu ia com meu pai é um amigo dele, sempre tive boa pontaria, até que um dia meu pai descobriu que minha mãe estava grávida, e o filho não era dele, e sim do seu amigo, então meu pai matou esse amigo e depois se matou. Eu não vi nada, mas minha mãe viu. Ela nunca mais me deixou atirar.

Tempos depois, ela já tinha perdido o bebê, e havia se casado com outro homem, eu tinha 12 anos. Nunca irei esquecer isso, sentia saudades de meu pai,apesar de nunca te-lo perdoado, e do amigo dele. Mas agora sinto nojo dos dois.

- Você está bem? - Drake me faz voltar ao mundo real, percebo que lágrimas escorrem no meu rosto, tento disfarçar - sim- respondo-o e entro no banheiro.

Acabo de tomar banho e fico olhando meu reflexo no espelho do banheiro, de um jeito, gosto do que vejo, não dizendo do meu rosto, mas do meu corpo, uma silhueta ampulheta, isso é resultado de uma menina que viveu a infância atirando de arco e flecha e correndo pela floresta. Sinto falta daquilo. Sinto falta de ser livre.

Já passado um tempo, decido me vestir.

Acabo de jantar e sou apresentada a várias pessoas dentro do castelo, até que finalmente vou para meu quarto fecho a porta, me jogo na cama e fecho os olhos. Um segundo depois, sou despertada por um alguém que por algum motivo se encontrava no MEU quarto. Pela risada, sei que é meu novo guarda costas gostoso. - Drake - digo, enquanto ele deita na minha ( sem malícia, ele só deitou lá num canto da cama ) - Que merda você está fazendo aqui? - digo acendendo a luz, que até então estava apagada - Achei que gostasse da minha presença -ele diz, olho para ele, é só agora noto que Drake está sem camisa, sim, ele é gostoso, tipo, muito gostoso, desvio meu olhar que até então estava encarando seu peitoral e sua barriga perfeita, e fico olhando fixamente para seus olhos, com certeza meu rosto estava corado, não respondo, ele se aproxima de mim, colocando sua mão em volta do meu pescoço e me beija, ele me puxa mais para perto dele, até ficarmos colados.

Eu não conseguia parar de beija-lo, meu corpo fazia movimentos involuntários, e só fui me dar conta do que havia acontecido quando estávamos ambos nus, deitados na mesma cama, sim, tínhamos transado, nem faz dois dias que estou aqui e já transei com o cara que, aparentemente é meu segurança particular, Drake me tira de meus pensamentos profundos sobre a grande probabilidade de eu ser puta ( mentira gente, juro que sou um anjo), me perguntando porque eu comecei a chorar quando ele me perguntou sobre o arco e flecha, eu lhe contei a história ( minha mãe traiu meu pai, será que " ser puta" é hereditário ? ) dai aconteceu todo aquele negocio dele ficar dizendo " meus pêsames " e que sente muito e tudo mais, uma coisa que realmente não gosto, pois não tenho orgulho de ser filha de um suicida assassino que meu pai era, mas é claro que não digo isso a ele, apenas o agradeço e o abraço, esperando cair no sono.

Acordo, Drake está deitado ao meu lado - Acordou, aleluia! Temos que ir, hoje você começa suas aulas-
- aulas? - pergunto a ele, que tipo de aulas? Eu não vou morrer? Pra que preciso de aulas ?
- sim, aulas, você precisa representar alguma deusa nas suas oferendas, ouvi John falando que você representaria Atena, pois aparenta ser muito inteligente. - Aceno com a cabeça, e vou me aprontar para essas aulas, saio do banheiro, estou pronta para ir, Drake, que já está vestido, me dá um selinho, e vamos os dois para um tipo de campo aberto, onde tem  um arco e flecha, e, claro algumas flechas, guardadas numa aljava feita de couro. Ao lado, vejo um homem, depois de me cumprimentar ele me pergunta se sou boa no arco e flecha, afirmo, ele parece ficar aliviado, acho que não estava afim de ensinar ninguém a atirar.

Começo a atirar em alguns alvos, no começo, sinto um pouco de desconforto e dificuldade, mas com o passar do tempo, já vou pegando o jeito de novo, tempo em tempo Drake me dá um apoio moral, e o homem me elogiava ( Drake queria enforcar o homenzinho quando ele me elogiava), que como não havia dito antes, era muito baixinho e me chamava de Atena, mesmo eu insistindo que meu nome era Katherine.

Já era noite, minhas aulas já haviam acabado a um tempo, eu e Drake estávamos conversando, nessa noite eu descobri que daqui a uma semana eu iria num tipo de festa da cidade inteira, eu representaria Atena e ficaria numa praça da cidade conversando com as pessoas mais importantes que moravam em Atenas, segundo John, era um evento muito importante e eu teria de me comportar bem, mas esse evento é só daqui a algumas semanas. Teria tempo para relaxar e ficar com Drake.

A Quase SacrificadaOnde histórias criam vida. Descubra agora