Não foi apenas uma vez que tive aquele horrível pesadelo, ele se repetia todas as noites, mas por algum motivo, eu ainda tinha medo, aquilo ainda me assustava. Mas, se a dor não passa, é melhor se acostumar com ela.
Acordei, ou melhor, aquele pesadelo me fez acordar devia ser umas 3 da manhã, eu estava deitada na minha cama, pensando na vida, com o colar de Meredith no meu pescoço, eu passava a mão pela pedra azul, pensando se Drake e a irmã já não tinham pensado em fugir daqui, como no meu sonho... ( Claro, tirando a parte em que todo mundo morre por causa de uma onda, vamos apenas considerar a primeira parte, onde estão todos felizes ), é claro que nem eu ou Ace estaríamos no barco, mas... Será que isso nunca teria passado pela cabeça de Drake? Será que, se eu pedisse, Drake fugiria comigo? Será que ele deixaria sua família aqui? Não sei, acho que devo apenas aceitar a possibilidade que daqui a algum tempo Drake terá que me matar.
Acho que... É melhor eu dormir... Eu... Não quero pensar nisso, nem em nada. Não quero apenas chorar por causa dessas pessoas extremamente fúteis que traçaram meu trágico destino com a mesma facilidade que se traça uma linha.
~ Dia seguinte~
Merda. Já amanheceu. Tenho que levantar. Hoje eu simplesmente acordei com meu humor na puta que pario, meu cabelo estava uma merda, deve ter levado umas duas horas para mim sair do banheiro, e quando sai, reparei que minha comida estava em cima da minha cama, do lado um bilhete escrito: " Kat, se arrume, tua família vem te visitar hoje, vou ter que sair, te vejo a tarde. Drake. " E meu dia só piora, minha vontade de ver minha família era a mínima.
Após o café, saio do quarto, a procura de algum ser humano nojento que morava nessa mansão para me dizer quando minha família viria, após procurar por um tempo, achei um carinha que disse que eles já estavam aqui, e me guiou até uma salinha, onde tinha apenas minha mãe, eu a olhava como se fosse uma estranha, não sentia mais nada por ela, por que? Quando penso nela, a primeira coisa que me vem na cabeça e a imagem dela comemorando a morte de sua "amada" filha.
-Katherine - disse ela, indo me abraçar, eu quase não deixo, mas me lembro que tenho que fingir que estou feliz, assim como ela, pois vou morrer daqui a alguns meses, eu apenas sorrio, não tenho nada para dizer a ela.
Ela tenta puxar assunto sobre diversas coisas, me pergunta como estou, se estão me tratando bem, se eu estou animada com a cerimônia, (traduzindo, quando meu namorado enfiar uma faca no meu pescoço. Sim, ela me perguntou isso.) eu respondia de forma educada, mas não deixava o assunto se prolongar muito.
Após algum tempo, ela se foi.
No caminho até meu quarto, esbarro em Drake, que logo me diz que tem algo importante para me falar, eu o sigo até o jardim.
- Eu tinha um amigo, que a algum tempo embarcou num navio para a Itália, ele conhecia umas pessoas importantes lá, que pagaram sua viagem. Ele voltou agora, fui vê-lo hoje de manhã. - Drake diz, sorrindo, eu sorrio também, pensando onde ele queria chegar com toda essa história. Então ele prossegue - Quando fui
vê-lo, ele me convidou para sair daqui, pois ele sabe que não acredito nos deuses e como ele também não acredita, seria uma ótima oportunidade para nós. Mas quando eu lembrei que eu teria que sair daqui contra a lei, e nunca mais poderia voltar, eu disse não, mas ele ficou insistindo muito, então eu pensei, se já vou sair foragido do país, por que não levar você? - Ele me olha, com um grande sorriso no rosto, já eu, estou boquiaberta e com os olhos arregalados, ainda não digeri o que ele me disse, Drake quer fugir da Grécia comigo? Como assim? - Como?, digo, claro que eu quero, mas como vou fugir daqui? Eles não vão me matar daqui a alguns meses? - pergunto, ainda surpresa, porém feliz. - Kat, nós íamos para o morro todos os dias, é só prepararmos as malas, e irmos colocando essas no navio, até que, quando estivermos prontos para sair daqui, fugimos de vez da Grécia. Na Itália, meu amigo tem muitos conhecidos considerados "importantes", teremos uma ótima vida lá, juntos - Os dizeres de Drake quase me emocionam, a fofura com que ele disse essas palavras me deu vontade de apertar suas bochechas. (Se controla Katherine.) Enfim, eu apenas concordo com ele e o abraço. A ideia de sair desse inferno de país animou completamente meu dia, quase me fez esquecer da visita da minha mãe hoje, e de todo o resto de coisas erradas que estavam acontecendo comigo. Naquele momento, a única coisa que me importava era Drake, e a possibilidade de nós dois termos um futuro juntos, sem nada nem ninguém para nós atrapalhar, para termos o nosso " final feliz" como nas histórias infantis.
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A Quase Sacrificada
أدب المراهقينOlá, meu nome é Katherine Gryden, tenho 16 anos e moro na Grécia. Eu era uma adolescente comum, até ser escolhida para... Morrer. Muita coisa muda nesse um ano da minha vida, quando sou selecionada para servir de oferenda aos meus "queridos" deuses...