Amanheceu ensolarado e quente como sempre, não tinha um vento sequer. Vasculhei o guarda-roupa de Rafael, coliquei uma sunga, uma bermuda e uma camiseta. Era dia de ir a praia com os "amigos" , peguei a prancha ( Laura tinha falado que era melhor eu levar, caso não quisesse receber olhares de desconfiança), e saí com ela.
Ao chegar no local, fiquei surpreso com a beleza. A areia bem branca ( parece açúcar) , e uma imensidão de mar azul. Nesse momento eu até esqueci um pouco o fato de que teria que arriscar entrar com a prancha naquelas águas.
___ Rafa! Sabia que você não perderia de vir!
___ Claro que não... - ri sem graça e cocei a cabeça.
Ao longe, vi uma garota caminhar na minha direção. Ela usava biquíni e tinha acabado de sair da água.
___ Oi Rafa. Que bom que veio! Fiquei sabendo que aquela piriguete da Geralda deu em cima de você ontem ... Ainda bem que não deu bola, não é mesmo?
" Piri ... O que?"
___ Não! Nem seu eu quisesse eu daria. - ri imaginando a cena passada.
___ Ótimo! - ela abriu um sorriso e me deu um selinho. - Porque me trocar por ela seria meio ... Surreal! - ela riu.
Então, aquela era a namorada de Rafael. Contaria para ela que não era o seu verdadeiro namorado? Mas teria Rafael contado para Elisa que não era o Patrick ( ou seja EU )?
___ É ... Realmente seria. - balancei a cabeça positivamente e sorri levemente.
___ Então, cara, bora pegar uma onda? - chamou Matheus, segurando a prancha dele.
" Arrrg! Vai começar o desastre total!"
___ Bora! - ergui um braço como se comemorasse, respirei fundo e caminhei com a prancha em direção ao mar.
As ondas batiam forte no meu tornozelo, e voltavam puxando para o fundo. Continuei a caminhar até a água bater mais ou menos na minha coxa. ( Observação : Entrei de bermuda, camiseta e companhia).
Matheus já estava longe deitado na prancha, acenando para que eu fosse mais para o fundo. Continuei caminhando, talvez batesse um colapse de memória e eu conseguisse acessar os conhecimentos de Rafael ( só em filme de ficção, aonde eu estava viajando?). A água já batia em meus ombros e em certo ponto eu afundei.
Desesperado me agarrei à prancha de isopor que me manteve na superfície.
___ Como faz pra voltar? - perguntei com a respiração acelerada.
___ Cara , você tá zoando, né?
____ Não! Eu não sei nadar! Como volta? - fechei os olhos ainda agarrado na prancha ( constrangedor ).
___ Rafa! O que está havendo? Você está diferente! Desde ontem. Primeiro, porque você não age assim. Segundo, porque não toca tão bem daquele jeito. E terceiro, você é surfista. Como não sabe nadar? - falou Matheus me olhando com uma expressão de indignação.
___ Eu não sou o Rafael! Okay? - confessei nervoso e cansado de mentir.
___ O que? Então quem é você?
___ Me fala como sair daqui primeiro que eu explico!
Ele remou até mim, pediu que eu subisse na prancha e me empurrou de volta para a areia. Caminhei até a barraca onde os outros estavam e me sentei cruzando os braços.
___ O que houve? - perguntou a namorada de Rafael, me olhando e olhando Matheus confusa.
___ Clara, esse cara aí não é Rafael! - apontou Matheus para mim sério.
___ O que? Como assim? Para mim é Rafael. Estou vendo o Rafael. - ela me olhou com estranhamento.
___ Se eu me olhar no espelho, também. - expliquei. - Mas eu sou Patrick Vaughn Stump, moro em Chicago e não sei como estou aqui.
___ Gente ... - Clara puxou minha cabeça para o ombro dela e começou a mexer no meu cabelo. - Meu namorado é o Patrick Stump! - falou ela ainda sem acreditar.
___ Eu estou falando sério ... - esbocei um sorriso e olhei para ela.
Ela parou de mexer no meu cabelo e me olhou estreitando os olhos.
___ Eu acredito em você. Agora, eu acredito. Rafael nunca deixaria eu deitar a cabeça dele no meu ombro.
Ri e senti meu rosto esquentar, provavelmente tinha corado.
___ Mmm ... Eu preciso da ajuda de vocês para voltar para Chicago. E eu tenho uma ideia.
Eles se sentaram e começaram a prestar atenção em mim.
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Próximo capítulo dia 04 de Janeiro
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Você não é o Patrick Stump!
FanfictionViver uma vida totalmente diferente da sua , não é nada fácil ! Principalmente quando pensam que você é maluco ... De um lugar tipicamente frio para o calor de 40 graus. De Chicago para o Brasil. E o pior de tudo é ouvir várias vezes a frase : "Voc...