Capítulo 2 - Que lugar é esse?

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O sol batia forte no meu rosto, virei na cama tentando voltar a dormir, mas o calor era insuportável e eu começava a suar debaixo do cobertor. Abri os olhos retomando a consciência aos poucos, logo notando que eu não havia voltado para casa depois do show na noite passada. Eu sequer havia passado do intervalo!

Sentei-me na cama olhando ao redor, não parecia meu quarto. Estava na parte de cima de um beliche em um quarto pequeno e bagunçado, uma mochila do Batman estava pendurada na cabeceira da cama, e no canto ao lado de onde estava, um violão. A única coisa que realmente chamou minha atenção naquele lugar.

Esfreguei os olhos com a parte de trás das mãos ainda sonolento e desci do beliche caminhando pelo local.

___ Acordou cedo, maninho! - ouvi uma voz feminina atrás de mim e me virei rapidamente a olhando. Era uma garota de provavelmente 20 anos de idade, de longos cabelos castanhos e pele morena. Ela não tinha falado minha língua, mas por incrível que pareça, eu a entendi perfeitamente.

___ Mmm... Primeiro, quem é você? - apontei para ela me afastando até me encostar na parede - Segundo, onde estou? - apontei para o chão e olhei em volta. Sempre fui muito de mexer as mãos enquanto falo.

Ela riu alto e levantou-se da cama. Pelo visto, ela estava deitada na parte debaixo o tempo todo e eu não tinha percebido.

____ Rafael, para com isso, cara! Eu sei que você é um bom ator, mas hoje não estou boa para suas brincadeirinhas sem graça!

____ Eu não me chamo Rafael! Você deve estar me confundindo com alguém ... E, não respondeu minhas perguntas.- cruzei os braços.

Enquanto falava, podia ouvir que eu mesmo não falava a minha língua. Não era Japonês, isso era um fato.

Algo que me ajudou muito naquele momento, foi o fato de eu adorar estudar línguas estrangeiras como Japonês, Francês e até um "poquito" de espanhol. E eu sabia que não era nenhuma das citadas anteriormente, provavelmente seria Português. Então ... Ou eu estava em Portugal, ou no Brasil. "Mas como?" pensei.

___ Tudo bem, "senhor estranho"! Você está no Brasil, Rio de Janeiro, na cidade de Cabo Frio. Eu me chamo Laura e sou sua irmã! Ah não, não sou não ... Você não é meu irmão, esqueci disso. Então ... Com quem eu tenho a honra de falar? – ela falava em um tom altamente sarcástico caminhando até mim, me olhando fixamente nos olhos.

___ Meu nome é Patrick Vaughn Stump e eu sou de Chicago, Estados Unidos da América. - falei sério a olhando de volta, tentando mostrar que eu não estava brincando. Como ela poderia não acreditar em mim, se eu estava bem à frente dela? – E ... Cabo Frio? Rio de Janeiro? Brasil? Como eu vim parar em outro país? Isso é meio que ... Impossível!

Laura começou a gargalhar, perdendo as forças e sentando-se de volta na cama.

___ Ah, Rafa! Eu sei que você queria muito estar no lugar do Patrick Stump, com os conhecimentos musicais todos que ele tem ... Aquela voz! Mas falar que é ele, já é muita coisa, não acha?

___ Mas eu sou o Patrick Stump! Eu sou eu! Não está ven ... - parei a frase no meio quando me virei de frente para a parede, vendo o meu reflexo no grande espelho pendurado.

Minha mente ficou confusa em segundos, aquela pessoa que eu via, não era Eu! Era um garoto de 18 anos no máximo, pele morena e grandes olhos castanhos. Meu cabelo estava mais volumoso e cacheado. E eu parecia ser 4 centímetros mais alto.

___ Isso não é real ... Eu estou sonhando ... Isso não é real ... - comecei a sussurrar para mim mesmo tentando me convencer de que não estava passando por aquilo. E afinal, o que era aquilo? Havia trocado de corpo? Era tudo muito surreal!

___ Rafael! – gritou a jovem correndo até mim, segurando meus ombros e me virando de frente para ela, sua feição estava séria e preocupada e não sorridente como antes. – Para com isso, eu estou ficando preocupada com você! Você não é o Patrick Stump!

Enquanto ela falava, eu vasculhava o local com o olhar, em busca de algo que eu pudesse usar para provar que o que eu falei era verdade. Vi um celular em cima de uma pequena mesa ao lado da cama e tive uma ideia.

___ Laura, poderia pegar aquele celular para mim? – apontei e a olhei tentando sorrir, apesar de não estar nada confortável em toda aquela situação.

___ Você quis dizer o seu celular, não é? – ela ergueu uma sobrancelha e caminhou até a mesa pegando o objeto, logo me entregando.

Apertei em um botão na lateral acendendo o ecrã, que por sorte não tinha bloqueio. Procurei o ícone do twitter na área principal, mas não achei. Tive que entrar pelo navegador.

Digitei meu nome de usuário e senha entrando na minha conta oficial. Não tinha como ninguém entrar em minha conta, a não ser eu mesmo!

Em seguida, entreguei o celular para Laura pedindo que ela olhasse bem a conta que eu tinha acabando de entrar.

____ Ah meu Deus! - ela levou a mão na boca surpresa, olhando a tela do telefone e me olhando – Patrick?! Mas ... Como?

Balancei a cabeça positivamente e suspirei olhando para baixo, nem eu sabia como fui parar ali. Ergui a cabeça a olhando com um olhar confuso, eu precisava da ajuda dela para desvendar tudo isso.

____ Laura ... Me ajuda a voltar para Chicago?


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Próximo capítulo dia 24 de Dezembro ( Véspera de Natal, espero que alguém leia)

Até logo. Não esqueçam de deixar o voto e o comentário de vocês. ;)



Você não é o Patrick Stump!Onde histórias criam vida. Descubra agora