Capítulo 5

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Vinte minutos depois, Christopher estava na Wall Street, subindo os degraus de granito do arranha-céu da família de Dulce. Quando se aproximou das portas giratórias, um guarda uniformizado abriu a porta lateral para ele.

– Sr. Uckermann?

Ao responder, o homem afastou-se para lhe dar passagem.

– Ela está esperando pelo senhor – avisou o guarda. – No escritório dela, no último andar.

Para pegar o elevador, siga por ali.

Christopher assentiu para o homem e entrou no elevador. Cinquenta e dois andares. O elevador parou e ele deu de cara com um corredor extremamente luxuoso. Ao final, avistou uma luz resplandecendo por uma porta dupla e seguiu em direção a ela; em contato com o carpete espesso, seus passos não emitiram nenhum ruído. Ele passou por salas de reuniões e por escritórios e pensou que, se não fosse pelas pinturas espetaculares penduradas nas paredes, ele poderia estar numa sala executiva de qualquer empresa de sucesso.

Christopher diminuiu o passo ao chegar até a porta dupla. Empurrou um dos lados da porta e a viu.

Com a silhueta destacada diante da vista cintilante da cidade, a condessa estava usando um vestido vermelho, olhando em direção às janelas. A seda delicada cobria seu corpo longo e esguio e deixava suas costas expostas. Com o cabelo preso num penteado encaracolado, ela tinha as curvas graciosas de uma bailarina.

Um desejo selvagem golpeou o abdômen dele assim que ela percebeu o reflexo na vidraça da janela. Ele pôde ouvir a respiração curta e repentina da condessa e, aparentemente, ela precisou de um instante para se acalmar antes de se virar. Quando o fez, ele percebeu que os traços delicados do seu rosto estavam comprimidos, repletos de tensão.

– Você se movimenta tão silenciosamente – disse ela.

Ele deu de ombros.

– Não faz sentido que eu seja anunciado por uma fanfarra.

Ela elevou os lábios num sorriso e Christopher sentiu um aperto no peito. Ele não era o tipo que se impressionava com beldades, mas se viu naquele momento tragando-a através da pele. A condessa o excitava.

Ficou irritado.

– O que está acontecendo? – perguntou ele diretamente.

– Você viu as notícias? – o tom agudo de medo na voz dela estava mais evidente do que o que ele se lembrava.

– Sobre Belinda Peregrin? – ele acenou com a cabeça.

Ela envolveu os braços ao redor do próprio corpo. Enquanto se mexia, os diamantes brilhavam.

– Não posso acreditar nisso – a condessa virou-se novamente para a janela, como se quisesse evitar que ele percebesse o esforço que fazia para se controlar. – Meu Deus, como a família dela deve estar se sentindo... Ela tem um filho pequeno. Tinha.

Por cima do próprio ombro, ela o olhou; seus olhos brilhavam. Dulce o fitou por um longo tempo, como se estivesse tentando mergulhar no espaço atrás daqueles olhos e descobrir quem era aquele homem.

– Posso confiar em você? – perguntou ela, com um ligeiro senso de urgência.

– Totalmente, condessa.

Houve uma pausa. Ela virou-se para ele.

– Meu marido e eu estamos separados. Estamos nos divorciando.

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