Capítulo 18

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Depois que Christopher saiu, Dulce trocou de roupa e foi até a janela. Enquanto olhava para o mar, sentiu-se arrependida de tê-lo deixado sair do quarto. No momento em que ele acariciou o seu rosto, ela deveria tê-lo puxado para perto.

Aliás, ela deveria atravessar o corredor e beijá-lo.

Afinal, o striptease tinha funcionado melhor do que ela havia imaginado, concluiu ela.

Talvez ela tivesse uma mulher fatal dentro de si.

Apoiando-se na sua coragem, colocou a cabeça para fora da porta e não ouviu um barulho sequer pela casa. O silêncio pairava por todas as direções, então Dulce imaginou que Jack e Blair provavelmente tinham saído para comemorar o noivado. Sua mãe também não estava em casa.

Dulce bateu à porta de Christopher suavemente e esperou pela resposta, prendendo a respiração.

Ele não respondeu.

Ela franziu a testa e bateu com um pouco mais de força.

Uma vez mais, não houve resposta. Abriu a porta e enfiou a cabeça pela fresta.

– Christopher? – ela o chamou em meio à escuridão do quarto.

Dulce atravessou a porta. Enquanto seus olhos se ajustavam à escuridão, Dulce pôde ver sombras dentro do quarto: a cama, a cômoda, algumas das coisas que ele tinha na bolsa e a jaqueta dele. A porta do banheiro estava aberta e ela viu, pelo brilho da lua, uma toalha amontoada no balcão de mármore e outra pendurada na porta do chuveiro. Havia uma lâmina e uma lata de espuma para barbear próximas à pia.

Sentindo-se uma intrusa, voltou para seu quarto e deixou a porta aberta para poder ouvi-lo quando ele voltasse. Depois de vinte minutos, como ele não retornou, Dulce começou a ficar preocupada. Ela pegou o botão de pânico.

Com o aparelho em mãos, perguntou-se se deveria utilizá-lo ou não. Com um murmúrio, colocou o objeto sobre a cômoda ao lado dela. Afinal, ela não estava em perigo. Só queria saber onde ele estava.

Meia hora depois, Dulce estava impaciente e ainda mais preocupada, imaginando se algo poderia ter acontecido com ele. Era difícil pensar que algo pudesse derrubar um homem como Christopher, mas alguma coisa havia acontecido.

Ela pensou em Maite, Belinda e Mimi.

Com elas, coisas terríveis certamente aconteceram.

E ele tinha deixado claro o tipo de pessoas que poderiam machucá-lo, e elas não fariam isso com palavras cruéis nem com insinuações ameaçadoras.

Dulce repreendeu a si mesma dizendo para não ser ridícula. Que tipo de bandido procuraria por Uckermann em Newport, Rhode Island? E quem saberia que ele estava em Willings?

O tempo passou. E seu lado racional ficava cada vez mais perturbado com as imagens que lhe passavam pelo pensamento.

Dulce olhou para o botão de pânico. Se ela o ativasse e ele não viesse, ela saberia que Christopher estava em apuros.

Sim. Mas e então, o que ela faria? Armar-se com uma escova de cabelo e sair procurando por ele vestida de camisola?

Não, era melhor procurar Jack, pensou. Os dois saberiam o que fazer.

Então Dulce pegou o botão de pânico e apertou o botão vermelho.

Em um milésimo de segundo, Christopher disparou contra as portas da varanda, deixando lascas de madeira sobre o chão ao quebrar a fechadura. Ele empunhava a arma e seus olhos estavam mais enegrecidos que nunca ao analisarem o quarto dela. Quando Dulce o olhou, soube que, sem a menor sombra de dúvida, Christopher tinha uma força mortífera.

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