Capítulo 6

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Quando chegaram ao saguão, o segurança já tinha saído.

– Provavelmente ele está fazendo um tour pelo edifício – disse Dulce, sua voz ecoando pelo enorme espaço vazio. – A essa hora eles têm de fazer isso. Vou ligar para o meu motorista.

Ao pegar o celular, ela olhou para Christopher. Os olhos dele vasculharam cada canto do átrio gigante e de suas características neoclássicas.

– Agora posso ver porque esse lugar é considerado um marco nacional – comentou ele. – É irmão do edifício Chrysler, não é?

Dulce assentiu.

– Cada um foi construído em dois anos. As portas dos elevadores são as minhas favoritas.

O escopo egípcio é todo feito de prata fosca e de bronze brilhante. E o teto também não é nada mal. Ambos olharam para os três andares luxuosos que suas vistas alcançavam.

Christopher virou-se em direção a duas portas maciças, nas quais havia a inscrição "The Woodward Hall Museum" em um frontão de mármore branco.

– O museu fica aberto ao público todos os dias?

– Com exceção das terças-feiras.

– Qual é o tamanho dele?

– Ocupa os quatro primeiros andares do edifício e tem um sistema de elevador próprio. São três andares com exposições e um andar que abriga a biblioteca, a administração e o laboratório onde cuidamos da conservação do acervo.

– Vou precisar fazer um tour pelo edifício amanhã. E uma inspeção na arquitetura.

– Tudo bem – ela discou o número do motorista.

Quando a limusine parou em frente ao edifício, Christopher e ela saíram em meio à escuridão.

Atravessaram aproximadamente vinte metros de pedras de granito nas calçadas da rua, passando por uma estátua gigantesca de George Washington, e seguiram caminhando a passos curtos.

Dulce sentia-se apreensiva e nervosa quando Christopher não caminhava próximo a ela. Seus olhos se encontraram e depois ele se afastou enquanto examinava a praça e os arredores. Não havia mais ninguém na rua, apenas o ponto de táxi convencional, mas ela não se sentiu assustada. De modo algum.

Que mudança, pensou ela, em comparação ao medo que estava sentindo quando correu para dentro do prédio naquele mesmo dia pela manhã. Ao lado de Christopher, ela não precisava se preocupar com nada. Podia sentir a força e a proteção dele cercando-a.

Ele era um assassino treinado. Na verdade, uma força da natureza.

Seu novo companheiro de quarto.

– Você está armado? – perguntou ela, de repente.

– Sempre.

Ela sentiu um calafrio.

O motorista de Dulce pareceu surpreso quando saiu do carro, abriu a porta e deu de cara com Smith.

– Boa noite, senhor.

Christopher balançou a cabeça e entrou no banco do passageiro com ela.

Embora a temperatura dentro do carro estivesse agradável, Dulce sentiu uma vontade súbita de abrir a janela, de fazer algo que aumentasse sua sensação de espaço. Mesmo com ele ali, sentado ao lado dela, aparentando calma e controle, havia algo completamente avassalador na presença daquele homem.

Ah, pare com isso! Disse para si mesma. Ele não é o Messias.

Dulce sorriu e olhou para a janela.

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