Capítulo 10 parte 1/2

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Eddie soltou um grito de alegria quando Christopher jogou um pacote com as sobras do jantar no banco da frente.

– Bônus! E então, o que vou comer? Lagosta Newburg? Filet mignon?

Os dois esperavam enquanto Dulce se despedia da mãe em frente ao clube.

– Acho que é espaguete.

Eddie girou o corpo.

– Deixa eu ver se entendi. Você entra num lugar como esse e pede um maldito espaguete?

– Eu não pedi – Dulce estava com o rosto tenso enquanto sorria e acenava despedindo-se da mãe. Christopher surpreendeu-se porque a mãe não percebeu a apreensão da filha.

– Como assim não pediu a comida? Será que uma fada trouxe esse pacote com uma varinha de condão?

– Não sei de fada nenhuma, mas o pacote foi entregue por um pequeno capanga.

Eddie deu risada.

– Nunca vou entrar nesse lugar.

– Muito sábio de sua parte.

Depois que a mãe entrou em um carro preto, Dulce se aproximou da SUV e Christopher abriu a porta para ela. Enquanto Eddie dava a partida no carro, Christopher olhou para o outro lado do assento. Embora tivesse com uma aparência de quem acabara de ser triturada num espremedor,

Dulce não exclamava por piedade. Não houve suspiros de exaustão, nem comentários ou piadas sobre o que estava acontecendo de errado entre ela e a mãe.

Havia apenas uma contenção silenciosa. Uma força delicada. Engraçado. Christopher jamais pensou que essas duas palavras pudessem ser utilizadas juntas.

– Refeição indigesta? – Christopher finalmente perguntou.

Dulce inclinou a cabeça para trás, apoiando-a no assento do carro. Olhou para Christopher com os olhos semicerrados.

– Poderia ter sido pior.

Ela virou-se.

O carro tinha percorrido três quarteirões quando Christopher de repente ordenou a Eddie:

– Acho que estamos sendo seguidos. Encosta.

A cabeça de Dulce movimentou-se para frente involuntariamente quando a Explorer parou de súbito. Um carro branco passou direto por eles.

– Parece o sedan que estava me seguindo no funeral do meu pai – disse ela.

– Siga esse carro – ordenou Christopher a Eddie.

A Explorer disparou de volta à pista. Christopher fez de tudo para conseguir enxergar a placa do carro, mas os outros veículos permaneciam à frente deles, dificultando a ação. Ao se aproximarem de um cruzamento, Christopher imaginou que finalmente a sorte estava ao lado deles. A luz foi ficando laranja e havia apenas um carro que os separavam de sua presa.

Mas, numa abrupta explosão de velocidade, o sedan disparou e conseguiu se esquivar por um beco. Eddie acelerou atrás do carro, mas um táxi bloqueou a passagem no último momento.

Christopher observou as luzes da lanterna do sedan ficarem cada vez menores até desaparecerem.

– Conseguiu alguma coisa, Eddie?

– Não... Estava muito ocupado tentando chegar perto daquela droga.

Christopher olhou para Dulce, e ela disse:

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