Capítulo 11 parte 2/2

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    Os convites para o baile de gala, que precisavamser enviados imediatamente, voltaram da gráfica com um erro de digitação. A reimpressão custou uma pequena fortuna e, ao olhar para o produto final, era evidente a ausência da informação de que haveria um leilão. Ela esperava que ninguém mais notasse, mas sabia que todos perceberiam.

Lamont estava certo a respeito de uma coisa: tentar fazer o trabalho do pai e promover um evento de prestígio ao mesmo tempo era uma carga pesada para ela. Lidar com fornecedores, empresas de locação, de som, publicitários e produtores de filmagem exigia muito tempo. E quanto mais as demandas aumentavam e o evento se aproximava, ela começava a contar cada vez mais com Kat. Felizmente, a moça abraçou a responsabilidade extra.

Dulce estava tão distraída com o trabalho e os acontecimentos entre ela e Christopher que quase se esqueceu do perigo que estava correndo.

Até que o tenente Marks ligou para ela uma vez mais.

Ela e Christopher tinham acabado de entrar na cobertura depois de participarem da abertura de uma galeria ao final da noite quando o telefone tocou. Logo que ouviu a voz do tenente Marks, o medo regressou. Vívido e intenso.

– Não se preocupe – o tenente a tranquilizou. – Só quero verificar se está tudo bem. Você viu alguma coisa de diferente nos últimos dias? Christopher está com você?

Dulce sentiu certo alívio enquanto se sentava no sofá.

– Sim, ele está. E não, de fato não vi nada de incomum.

– Posso falar com ele um pouco?

Dulce chamou Christopher.

– Marks quer falar com você.

Quando Christopher pegou o telefone, Dulce o observou, ansiosa. Não fazia a menor ideia do que os dois estavam falando, tudo o que pôde ouvir foram as respostas curtas de Christopher. Ele desligou o telefone e ela ficou frustrada quando ele não lhe contou uma palavra sequer.

– Algum problema? – perguntou ela.

Ele balançou a cabeça.

– E então, sobre o que vocês falaram?

Christopher deu de ombros e começou a andar pelo corredor. Ela correu atrás dele.

– Me conta! – ela exigiu, agarrando-o pelo braço. Sentiu a espessura e o calor do pulso de Christopher e lembrou-se do que sentia quando seu corpo entrava em contato com o dele.

Quando ele olhou para a mão que o segurava, ela puxou o braço de volta, mas entrou na frente dele, bloqueando sua passagem para o quarto.

– Não esconda as coisas de mim – pediu ela, sem rodeios. – Prefiro encarar as notícias, por piores que elas sejam, a ter de lidar com o que a minha imaginação produz.

Christopher a olhou antes de falar.

– A única coisa que eles sabem é que as vítimas foram mortas pela mesma pessoa. Eles têm amostras de DNA, fibras de cabelo encontradas nas cenas dos crimes e fragmentos de pele que estavam sob as unhas das vítimas. Isso é tudo. Fora isso, nenhuma outra pista. Nenhum suspeito. Nenhum motivo aparente.

Dulce apoiou os quadris e os ombros na parede. Sentiu-se muito mal ao imaginar suas

amigas arranhando o assassino. E o fato da polícia não ter obtido muito progresso nas

investigações era assustador. Lá no fundo da sua imaginação, ela supunha que os policiais estavam coletando pistas que no final fariam algum sentido.

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