Capítulo 21

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— Você estava grávida.

As palavras ditas tomaram um rumo inesperado para ela. Emily ficou estática com tal notícia. Começava a sentir os indícios que uma enxaqueca se aproximava. Sua visão começou a ter pequenos pontos pretos, a sensação de enjoo tomando seu corpo. Se permitiu respirar fundo, pois não queria fraquejar antes de saber toda a verdade.

— Emily, o que houve? Você está pálida!

— Não é nada, Greg. – Fala colocando uma das mãos em sua têmpora. A dor aguda começava a cobrar seu preço. Respirou fundo mais uma vez, e olhou a cômoda ao lado para ver se seu remédio estava à vista.

— Emily, não minta pra mim, você está transpirando! Fala comigo, o que é!

— Droga, Gregory, fale baixo! – Disse entre dentes. — Se quer fazer algo, pega um copo de água!

Gregory corre até o banheiro e enche um copo de água para ela. Com o comprimido em mãos, ela o joga na boca, juntamente com boa dose de água.

Gregory ficara pairando sobre ela, preocupado com as reações de Emily. O fato de ter jogado em seu colo uma notícia daquela cobraria seu preço. Mas não falaria mais nada no momento se as reações que Emily teria seriam aquelas. Sentando-se em frente a ela, esperou até que ela o olhasse novamente. Percebia o suor formando em seu rosto e estava sem saber o que fazer para aliviar suas dores. E aquela impotência o deixava atordoado.

— Emily, deita e amanhã continuamos. Não devia ter despejado isso assim, olha como você está!

— Greg, olha. – Fala pausadamente. — Não tem como ouvir isso e sair sem nenhuma reação. Mas...

Ela não termina a frase, pois desmaia rapidamente. Gregory a segura em seus braços e a deita de maneira confortável na cama. Colocou a mão sobre sua testa, verificando que estava um pouco febril. Não sabia o que fazer, então decidiu ficar por ali e velar seu sono até o dia seguinte. Foi até a cozinha, e com uma bacia e um pano de prato em mãos, fez pequenas compressas, assim talvez ela dormisse menos agitada.

E pelo que ele via, ela não estava tão calma como tentava aparentar. Seus olhos fechados tremeluziam, com certeza sua mente estava se rebelando, querendo trazer antigas lembranças a tona. Depois de tirar a última compressa, abre mais a janela do quarto de Emily e volta para a cama, deitando-se ao seu lado.



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A luz da manhã penetra através das cortinas, e por elas passa uma brisa leve e fresca. Emily sentiu seu corpo pesado, como se não dormisse o suficiente. Por incrível que pareceu, ela não teve nenhum flash de lembrança como ela presumiu. Sua mente somente tinha as últimas informações dadas por Gregory. Logo depois, a enxaqueca fora tão intensa que perdeu os sentidos.

No momento seguinte, percebeu que Gregory havia permanecido com ela durante a noite. A pequena bacia com água estava na cômoda ao lado, e entendeu que sua crise havia sido bem forte, pois nesses momentos sentia-se febril.

Gregory dormia placidamente, mas percebeu que ele tinha seu semblante cansado. Com certeza ficara velando seu sono. Sentiu-se culpada, pois o havia preocupado com algo que já era rotineiro para ela.

Virando-se, deitou novamente e fitou o homem à sua frente. Mesmo imaginando o restante da história, não sentia raiva ou mágoa dele naquele momento. Talvez, se relembrasse, algum resquício se faria presente, mas ali, o olhando respirar levemente, não havia quaisquer sentimentos controversos. Ali com ela estava o homem que aprendeu a amar, e pelo que sabia, novamente.

Reminiscências (Completo)Onde histórias criam vida. Descubra agora