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Depois de 4 cansativas aulas, fomos para o recreio.
-Quer tomar um sorvete hoje?-Perguntou Brooklyn.
-Sou paga pra isso.-Olhei pro chão e fiz uma cara de confusa.-Nossa! Sou paga pra tomar sorvete e passear com Brooklyn Beckham!
Rimos.
-Hoje estou te convidando como amigo. Mas claro que se vier um paparazzi teremos que fingir um pouco.
Rimos novamente.
-Fechado.
-Você já conheceu minha família, e eu já conheci seu irmão. Só falta eu conhecer seu pai.
Coloquei as mãos nas bochechas.
-Nossa!! É verdade. Que falta de educação a minha! Você quer ir lá amanhã depois da aula?
-Pode ser.-Ele deu um sorriso.

Depois da aula fomos até a sorveteria, e ficamos sentados enquanto tomávamos o sorvete.
-No começo, eu pensei que seria bem difícil trabalhar com você.-Disse.
-É? Por quê?
-Você dava mais atenção pra música do que pra mim. E era super grosso.
Ele deu uma risada tímida, com certeza deve ter lembrado das coisas que disse e ficado envergonhado. Sempre deixo as pessoas envergonhadas, é o meu talento.
-É... Mas agora eu melhorei, não acha?
-Tenho certeza.

Terminamos de tomar o sorvete. Nos despedimos com um abraço, e fui pra casa.

Chegando lá encontro meu pai no sofá.
-Não vai beber hoje? -Perguntei grosseiramente.
Ele olhou pra mim com a cara triste.
-Não vai me responder?-Perguntei novamente grosseiramente, pegando ovos na geladeira para fazer uma omelete, quer dizer...2 omeletes.
Eu sei que ele errou... Mas não vou deixá-lo passando fome.
-Não! Eu não vou.-Ele sorriu ironicamente e mostrou a garrafinha de cerveja.

Peguei aquela garrafa, e taquei no chão.
Vários cacos de vidro se espalharam.
Mudei de ideia, não vou fazer mais omelete pra ele!

-Por que você fez isso?!!-Perguntou ele furioso.
-Por que você tá tão mudado pai?
-Como assim? Eu sempre fui assim.
-Não! Você nunca foi assim.-Disse chorando.
-Talvez é porque agora você saiba da verdade. E eu não precise mais fingir ser o pai responsável que você pensava que eu era.
-Você tá  bêbado!!
-Eu não estou bêbado. Só estou dizendo a verdade.
-Verdades que eu preferia que fossem mentiras.
-Mas são verdades.

Limpei as lágrimas.

-Ok. O seu filho quer te ver, ele sente saudades.-Disse sem nenhuma emoção.
-Mas eu não quero vê-lo.
-Por que não?
-Ele vai morrer logo. Não quero ver um futuro difunto.
Chorei novamente. O que aconteceu com ele? Esse não é meu pai.
Ele já estava bebendo outra garrafa de cerveja.
-Para de beber isso!!
Peguei e joguei no lixo.
-Te odeio!-Completei.

Claro que eu não queria dizer aquilo, mas era o sentimento que eu sentia no momento. Ódio.
-Ah, e amanhã temos visitas. -Disse.
Fui batendo os pés para o meu quarto, mas percebi que estava descalça quando pisei nos cacos de vidro.
-Aii!-Gritei saltitando.

Subi pro meu quarto, peguei uma pinça e tirei os cacos de vidro.
Está doendo muito, não consigo andar com esse pé agora.
Que raiva!!!

Dormi, novamente com raiva.
Minha mãe sempre dizia que não era bom dormir com raiva. Mas o que eu posso fazer se é o sentimento que tenho nos últimos 2 dias?

Nem queria que o Brooklyn viesse amanhã, vai estar um clima de guerra...
Mas eu não vou ficar preocupando ele com meus problemas.

Quando amanheceu, os cacos de vidro ainda estavam jogados no chão.
Tive que limpar aquilo com o pé inclinado.
Tomei banho. Ardeu muito meu pé.
Enfaixei ele, mas mesmo assim dói.

Me arrumei, e adivinha? Atrasada novamente.
Acordei meu pai.
-Quando eu voltar esteja arrumado.
O rosto dele estava molhado, parece que ele chorou a noite toda.

Fui pra escola, dessa vez não vai dar pra ir correndo, por causa do maldito pé machucado.
Enquanto eu estava andando, um carro parou ao meu lado.
Abaixaram o vidro, e era a mãe de Brooklyn.
Brooklyn abriu a porta do carro.
-Entra aí.-Disse ele.

Entrei.
-Obrigada.-Agradeci com um sorriso.
-O que aconteceu com seu pé?-Perguntou Brooklyn.
-Eu pisei nuns cacos de vidro.
-Ai...
-Pois é.
Em 5 minutos estávamos na escola.
Levaria uns 20 minutos pra eu chegar lá no ritmo que eu estava.

-Quer ajuda pra subir as escadas?-Perguntou Brooklyn.
-Não precisa... Tá tudo sob controle.-Disse tentando colocar o pé no 1° degrau.
Ele ficou olhando pros lados, vendo as pessoas  pessoas já subirem enquanto eu ainda estava tentando dar um passo.

Esperamos uns 5 minutos e eu consegui subir 2 degraus. Faltam 7 ainda.
Ele veio até mim, enquanto eu estava no sacrifício, e me pegou no colo.
Em 6 segundos subimos os 7 degraus!
Ele é rápido.
-Obrigada!-Sorri.
-De nada!
-Mas estava tudo sob controle!!
Rimos.





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