-Eu te amo, Mia.
-Eu também te amo Brooklyn.
Nos sentamos no sofá, e ficamos em silêncio por um tempo.
Meu braço estava no colo dele, e ele olhava pros cortes.
-Desculpa. Tudo isso foi culpa minha.
-Não... Não foi culpa sua.
Amanda ligou, e disse que em uma hora está chegando.
-Ok...-Respondi, e desliguei a ligação.
Fui até o sofá, e fui pegar meu blusão. Quando eu estava vestindo, Brooklyn perguntou:
-O que está fazendo?
-Escondendo os cortes.
-Não. Você tem que contar pra eles. Você precisa de ajuda, Mia.
-Mas... Ah... Tá. Quando eles chegarem eu conto.
-Ótimo. Agora coma alguma coisa.
-Como sabe que não comi?
-Eu vi pela janela você jogando a comida e caindo no chão.
-Então por que perguntou o que aconteceu?
-Se você soubesse que eu vi, ia me expulsar.
-É verdade... Mas eu não estou com fome.
-Mia, você tem que comer alguma coisa.
-Não...-Resmunguei, como uma garotinha dizendo que não quer comer brócolis.
Ele pegou uma maçã da cesta, lavou e me deu.
-Come isso.
Já que ele insiste... Vou comer.
Ele sentou do meu lado e segurou minha mão. Olhei pras nossas mãos.
-Ahn...Desculpe.- Ele tirou minha mão da sua, e eu segurei de novo.
-Não me sinto bem.-Deixei a maçã em cima da mesinha, e me deitei no colo de Brooklyn, e ele me segurou que nem as mães seguram os bebês.
Ele olhou pra mim, só o olhar dele já pergunta o por quê.
-Estou cansada, fraca fisicamente e emocionalmente, sem fome... Nada é legal.
-Também estou mal.
-Por quê?
-Por que você está assim... Eu quero te ver feliz, sorrindo.
Ele apertou minha cabeça em seu peito, colocou suas bochechas em minha cabeça, e acariciou meu cabelo.
Levantei minha cabeça, e lhe dei um beijo um pouco na bochecha e um pouco no canto da boca.
E voltei para a mesma posição.
Escutei a chave virando, e me sentei no sofá.
-Voltamos M.... Brooklyn! Oi.- Disse Amanda.
Ele respondeu com um sorriso.
Leandro percebeu meu rosto desesperado, minha palidez, e eu limpando o suor de minhas mãos na calça.
-Tá tudo bem aqui?
-Ahm... Eu tenho que contar uma coisa. Mas eu não quero ver a cara de vocês, então, vou fechar os olhos.
Levantei a manga da blusa.
Escutei um "Oh!" de Amanda.
-Mia!! Por que não nos contou?
-Eu...-Abri os olhos, e os dois estavam com a mesma cara de Brooklyn.
-Você precisa de ajuda, querida.
-Foi o que disse.- Falou Brooklyn.
-Vamos para o hospital agora!
-Me liga quando voltar, tá?
-Não... Vem comigo, por favor.
Ele sorriu, e ficou esperando na sala, enquanto eu me arrumava.
Coloquei um shorts jeans, sapatilha, uma regata branca, uma jaqueta preta, e fiz uma trança.
Quando eu desci, Brooklyn olhou pra minha jaqueta, e está muito calor lá fora.
-Eu... Não quero que as pessoas vejam.
-Tudo bem.- Ele deu um sorriso, e esticou a mão. Dei minha mão pra ele, e entramos no carro.
