29

133 6 0
                                    

Alguns dias depois, fiz o desfile.
Foi super legal, e a mãe de Brooklyn estava assistindo.
Conversamos um pouco, mas nada sobre ele.

Sinto falta da companhia de Brooklyn.
É difícil olhar pra ele todo dia, e saber que não estamos mais juntos.

Virei para trás.
-Brooklyn... Eu estou falando a verdade. Acredite em mim...
-Bem que eu queria. Mas eu vi, Mia. Como vou duvidar de algo que vi?
-Você viu mas não entendeu. Ele me beijou sem eu querer! Sério.
-A professora chegou.

Virei para frente.
Mas que merda, ele não acredita em mim!

Quando voltei pra casa, tinha uma ambulância, e uma viatura de polícia.
Fui correndo ver o que aconteceu.

Amanda estava chorando, e Leandro a consolando.

Vi o corpo de meu irmão na maca.
-Amanda. O que aconteceu? - Comecei a chorar.

-Ele foi um menino muito forte...-Disse Leandro, limpando as poucas lágrimas do seu rosto.

Não... Não pode ser.

Fui correndo, não sei pra onde.
Esbarrei com Brooklyn no caminho para não sei onde.
Ele viu meu rosto vermelho, cheio de lágrimas, e ouviu meus soluços.
-Mia?

Me levantei, e continuei correndo.
Sentei numa árvore, deitei, e comecei a chorar, e chorar... Chorar é a única coisa que consigo fazer agora.

Daniel era a única pessoa que eu tinha, e ele se foi.
Ele era o motivo do meu sorriso. Agora não tenho mais um.

Depois que parei de chorar, me sentei, levantei, e fui para a casa.
-O velório será amanhã... 13:00.- Disse Amanda, limpando as lágrimas.

Subi pro meu quarto, deitei na cama, e fiquei olhando pro nada, pensando em tudo.

Minha vida é um lixo.
Perdi meu pai, minha mãe, meu irmão...
Estou sozinha no mundo.

"Mas você foi adotada!" Eu fui adotada porque meus pais morreram.
Enfim, não tem motivo pra sorriso.

Amanda me acordou, me arrumei, e fomos para o velório de Daniel.

Depois de todos os discursos, me ajoelhei onde seu corpo estava enterrado, e coloquei um boneco do homem-aranha.

-Por que você me deixou? Me abandonou... Agora estou sozinha aqui. Tínhamos tantas coisas pra fazer juntos...

Me levantei,e vi Brooklyn do meu lado.
Não disse nada, só continuei andando.

No dia seguinte, já estavam em todas as revistas, que eu e Brooklyn terminamos e que Daniel morreu.

-Oi benzinho...-Disse Kelly.- Hoje vi uma aranha, antes de matá-la, pedi pra que ela desse um "oi" pro seu irmão.- E ficou rindo.

Nossa... Essa menina não tem coração.
Comecei a chorar.

-Deixa ela em paz, Kelly...- Escutei uma voz suave dizendo. É a voz de Brooklyn. Mas logo depois, não disse mais nada.

Quando cheguei em casa, fiz a lição, e fiquei deitada na cama.
-O que estou fazendo aqui?- Perguntei pra mim mesma.

Pensei até em me suicidar, mas lembrei da dor que senti quando meu pai fez o mesmo.

Então, a única coisa pra amenizar a minha dor, foi me cortar.
Fiz 1 corte  em cada pulso.
"Sentir dor para amenizar uma dor?" Sim.  Me fez me sentir melhor, mas ainda estava ruim.

Coloquei uma blusa de manga longa para esconder os cortes, e desci para jantar.

-Oi Mia.
-Oi Leandro...

Comecei a comer.

-Está com frio, meu amor?- Perguntou Amanda.
-Aham...

Depois de comer, escovei os dentes, fui para meu quarto, e dormi.








O ContratoOnde histórias criam vida. Descubra agora