Quando acordei estava na casa de Brooklyn.
-Oi...-Disse com a voz sonolenta, passando a mão na cabeça.
-Oi-Brooklyn me respondeu.
-O que eu tô fazendo na sua casa?-Perguntei me levantando.
-Amanhã você vai ser levada pra um orfanato... Hoje você vai ficar aqui.-Disse ele sorrindo, com um brilho nos olhos.
Sorri também... Um sorriso forçado, porque eu só estou triste... Mas tenho meu irmão pra alegrar meu dia... Só que... Eu ainda tenho que falar sobre o nosso pai pra ele.
-Eu posso ver meu irmão?
Ele balançou a cabeça.
-Sim.Fomos até o hospital, que é perto da casa dele.
Cheguei no quarto do meu irmão.
Brooklyn sentou ao meu lado.
-Oi...-Disse, com os olhos lacrimejando.
-Oi Mia!!!-Disse ele todo feliz.
Sorri, e ele sorriu junto.
-Você tá triste?-Perguntou ele.
Comecei a chorar.
-O que foi Mia?-Disse ele levantando meu cabelo.
-É que o papai ta viajando...
-Ah, e você tá com saudades.
-É...
-E quando ele volta?
-Vai demorar muito pra ele voltar...
Ele passou a mão em minhas bochechas.
-Ah, não fica assim.-E sorriu.Só o sorriso dele me conforta.
Segurei a mão dele, e ele limpou minhas lágrimas.-Eu preciso ir agora.-Dei um beijo em sua bochecha, acompanhado de um abraço.
Brooklyn esticou seu braço esquerdo, e me puxou, me abraçando.
Olhou pra mim, e deu um sorriso, sorri junto, dessa vez, com uma felicidade verdadeira.Fomos até a casa dele.
Jogamos um jogo de tabuleiro, fizemos a lição de casa juntos, assistimos um filme...
Tomei banho, e coloquei meu pijama.
Arrumaram o quarto de hóspedes pra mim, e 22:30 fui me deitar.No dia seguinte, tomei um banho, deixei o cabelo solto, coloquei o uniforme.
Olhei pro espelho:
-As pessoas iram dar seus sentimentos, e você não irá chorar.-suspirei.- Você vai ter uma casa nova, amigas novas... Vida nova.- disse pra mim mesma.Saí do banheiro, me sentei na mesa e tomei café.
-A gente te busca hoje, Mia.-Disse David.
-Obrigada.Fui pra escola. Mal sentei na cadeira, e todos já vieram dizer " meus pêsames".
A professora também disse isso.No final da aula, eu e Brooklyn ficamos esperando seu pai.
Comecei a coçar meu braço.
-Tá nervosa?-Perguntou Brooklyn.
-Não...-Respondi.
-Já te conheço o bastante pra saber que você coça o braço quando está nervosa.
-Ah...-Bufei.- Tá, eu tô nervosa.
-Relaxa, vai dar tudo certo.-Ele segurou minha mão.- É só pensar positivo.