Depois, fomos tomar um sorvete.
Enquanto eu tomava, olhava fotos de mim com meu pai e meu irmão no celular.Deixei uma lágrima cair, enquanto eu ria,pois lembrava dos momentos engraçados daquelas fotos.
-Você deve sentir muita falta deles.
-Sim... Muita.- Respondi.-Tento esquecer as coisas ruins que passamos, e lembrar somente das boas.-Você lembra da sua mãe?
-Lembro. Pouco, mas lembro. Lembro da vez que ela me ensinou a fazer uma trança, e de quando cantava pra mim quando eu tinha pesadelos.Ele sorria e olhava pra mim enquanto eu me lembrava das coisas.
Quando estávamos indo para a casa de Brooklyn, escutamos um grito.
Olhei para trás e alguém tinha sido atropelado.
Olhei bem, e era Kelly. Ela estava desacordada.
-Brooklyn, chama uma ambulância.A ambulância chegou em alguns minutos.
Ficamos com Kelly no hospital, não sei por quê, mas ficamos.O médico entregou um papel para a tia dela, e ela começou a falar desesperadamente com o médico.
-Aconteceu algo? -Perguntei.
-Eu não posso pagar isso... Não temos tanto dinheiro assim.Olhei para a folha. Realmente, era um valor alto.
Lembrei do meu desespero pra pagar o tratamento de Daniel, e de como foi difícil para nós.
Também lembrei que eu tinha deixado um dinheiro guardado, que eu poderia pagar, e ainda sobraria um pouco.-Eu posso.- Disse.
-Como assim?- Ela perguntou.
-Eu pago.
-Não! Eu não posso aceitar. É muito dinheiro, não teria como te devolver depois.
-Não precisa me devolver. Só deixando eu pagar já está bom.
-Ah... Obrigada. Obrigada mesmo!Ela me abraçou.
Fico feliz em saber que estou ajudando alguém do modo que eu queria, e fui ajudada.-Você fez algo muito bondoso, Mia.- Disse Brooklyn.
-Obrigada.
-Por isso, e mais vários motivos que te amo.
1 semana depois, Kelly estava de volta na escola.
Ela se aproximou de mim.
-Mia. Eu sinto muito mesmo, por tudo que fiz. Eu estraguei a sua vida, e mesmo assim você me ajudou. Você é uma pessoa muito boa. Me desculpe por não reconhecer isso.- Disse ela chorando de arrependimento.Não disse "Tudo bem" ou "Te perdôo", apenas a abracei.
Um abraço resume milhões, bilhões, trilhões, enfim, várias palavras.