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Brooklyn me deixou em casa.

-Tchau Brooklyn. Obrigada por me acolher. -Sorri, e dessa vez, eu dei um selinho nele.
Ele sorriu.
-Tchau Mia.

-O que foi isso, Brooklyn?-Escutei David perguntando.
-Foi o que você viu. Ela me beijou.
-Não entendo mais nada.

Dei uma risadinha.

-No dia Seguinte-

Na hora do recreio , meu celular tocou.
-Alô?
-Alô. Mia Page?
-Sim.
-Aqui é a enfermeira que cuida do seu irmão. Eu liguei pra dizer que a situação dele piorou. Ele quer ver você.

Desliguei o celular.
-O que aconteceu?- Brooklyn perguntou.
-A situação de Daniel piorou. Ele quer me ver.
-Deixa que eu te levo.
-Não precisa eu vou a pé.
-Vai ser mais rápido se eu te levar.
-Tá bom.

Em 10 minutos o motorista de Brooklyn chegou.

Nos deixou no hospital.
-Eu vou esperar aqui fora.-Disse Brooklyn.
-Ok. Obrigada.

Ele sorriu e eu entrei.

Daniel estava com o dobro de aparelhos que ele normalmente usa.

-Mia? -Perguntou ele com cansaço.
-Oi Daniel.- Segurei sua mão.
-Te amo! -Sorriu.
-Eu também te amo, Daniel-Sorri e dei um beijo em sua testa.

-Doutora, quando ele vai sair daqui?
-Mia... Vem aqui.

Ela me levou para porta, onde Brooklyn estava esperando.

-A situação de Daniel piorou muito...
-Quando ele vai poder sair daqui? - Insisti.
-Ele... Ele não vai poder sair daqui.
-Então você está insinuando que a vida toda dele vai ser aqui nesse hospital?
-Não... Quer dizer, sim. É difícil falar isso, mas... Daniel tem pouco tempo de vida.- Disse ela com calma.

Coloquei a mão na boca, e com a outra me segurei na parede.
Brooklyn veio e me ajudou a ficar firme.
Coloquei meu rosto em seu peito e chorei.

Quando me recuperei, entrei naquela sala, com o nariz vermelho ainda.
-Já te contaram?- Disse com dificuldade, e os olhos como de alguém que viu a luz quando acabou de acordar.
-O que?
-Não precisa tentar disfarçar. Eu sei que já te contaram que eu tenho uns 2 meses de vida...

As lágrimas rolaram novamente, e deitei minha cabeça em seu colo, para chorar mais.
Ele colocou suas mãos em minha cabeça.
-Foram os melhores 6 anos da minha vida.- Sussurrou.

Acordei, olhei para o relógio.
20:34.
Brooklyn estava assistindo televisão, e Daniel estava dormindo.

-Brooklyn. Você já não devia estar em casa? Seus pais devem estar preocupados.
-Eu já avisei pra eles que estou aqui.

Olhei pro Daniel, acariciei seus cabelos e dei mais um beijo em sua testa.
-Durma bem.

Sorri.

-Vamos, Brooklyn?
-Vamos.

Ele colocou seu braço em meu ombro, e fomos até o carro.

Limpei a lágrima.
-Olha eu aqui... Chorando de novo no seu carro.- Dei uma risadinha.
-Não tem problema chorar. Mas... Por que você está chorando?
-Porque acabei de descobrir que meu irmãozinho tem alguns meses de vida.

-Sinto muito.
-Não sinta. É duro dizer isso, mas se for pra escolher entre ver a morte dele ou ver ele se contorcendo de dor, prefiro ver a morte dele.-Sorri.- Cansei de chorar. Ah, você deve estar pensando que eu sou muito dramática não é ? Estou falando como uma sofredora, meu caso não é assim tão grave. Perdi um pai, uma mãe , vou perder um irmão. Mas não vou perder a esperança, esperança de dias melhores. Agora deve estar pensando que eu sou uma faladeira, não é? Nossa... Falo de mais!

Ele riu.
-Falei algo de engraçado?
-Só você mesmo...- Ele me deu um abraço, e deitou sua cabeça na minha.

Eu não quero perder meu irmão... Eu não vou perder meu irmão... Eu não posso perder meu irmão!!

Fui ver meu celular.
"7 mensagens perdidas de Helena."
Ó, meu Deus!!! Eu esqueci de avisar onde estaria.

Ainda bem que já chegou em casa.
Desci do carro rapidamente.
Brooklyn foi me dar um abraço e eu corri.
-Desculpe!!- Gritei.
Nossa! Deixei ele num grande vácuo. Mas agora é questão de vida ou morte.

Entrei, tentando fazer o mínimo de barulho possível. Mas não sei porquê, uma hora ela vai me ver.

Estava quase chegando no quarto sem sem percebida.
-Diretora Helena!!! Ela chegou!!!-Gritou Ágata.

Fui até a sala dela.
-Você não sabe que susto nos deu! Onde estava? Por que não ligou?
-Desculpe. Eu fui no ver meu irmão. -Nada de choro.
-Não podia fazer isso depois da aula? Podia ter pelo menos avisado.
-É que foi urgente. Ele tem poucos meses de vida.
Ela ficou em silêncio por alguns segundos.
-Ah... Mia,sinto muito. Hoje passa, mas avise da próxima vez, ok?
-Ok.
-Pode ir dormir.
-Obrigada. Boa noite!

Subi para o quarto.
-Menina, onde você estava?-Perguntou Safira.
-Eu conto quando todas estiverem aqui, assim ninguém mais pergunta.

Deitei na minha cama, e quando todas chegaram, expliquei o que aconteceu. Depois da explicação, fomos dormir.

O ContratoOnde histórias criam vida. Descubra agora