O taxi estava tão demorado para chegar, que Claire começou a contar quantos carros passavam por eles. Não era a primeira vez que enfrentava essa demora para chegar no Rancho de seu pai, mas pelo menos antes tinha com que se distrair, pois tinha a presença de seu pai para conversar.
Quando o taxi virou em uma rua de terra Claire comemorou pois pressentia que estava próxima de seu destino. Porém, passaram-se mais meia hora e nenhum sinal de Rancho ou algo parecido, então de repente imaginou aquelas cenas de novela onde por algum motivo, os pressentimentos que as pessoas tinham sempre estavam certos. Uma mentira cabeluda, refletiu olhando a poeira do lado de fora.
Quando se passaram mais alguns minutos Claire estava quase cochilando. Mas então, o carro parou e ela olhou para fora da janela avistando uma grande placa sobre dois portões baixos, Rancho H. Campbell.
Finalmente! Se animou Claire. Logo saiu do taxi e pagou o motorista, colocou as duas malas para fora e quando viu o taxi partir foi em direção aos portões se questionando se alguém estava à sua espera para abri-los. Porém, quando chegou perto notou que não havia ninguém do outro lado.
Sua irritação foi notável e tomando iniciativa começou a bater palmas várias vezes. Mas ninguém lhe ouviu e certamente nem ouviria, pois passando por aqueles portões era preciso caminhar mais cinco minutos até o centro do Rancho onde se encontravam os animais e sua casa.
Claire se indignou, como seu pai podia ter esquecido que ela viria hoje? Ah, mas Hector responderia por tais imoralidades!
Determinada a não ficar na rua, Claire arrastou as malas até os portões e empilhou-as, mas nem a pau ficaria do lado de fora, afinal, os portões de madeira não eram altos, e só custaria um pouco de cuidado.
Seu pai bem que podia ter colocado uma campainha, pensou aborrecida.
Claire ignorou o vestido e tentou colocar a primeira perna sobre o portão, fracasso. Quando foi tentar de novo mal notou que um carro havia parado atrás dela.
- Está querendo quebrar o pescoço? - Perguntou uma voz masculina fazendo-a saltar de susto e quase desequilibrar das malas.
Ao se virar para ver quem estava ali, deparou com um homem que estava com as mãos nas cintura e olhava atentamente para ela.
Claire enrubesceu de vergonha se questionando a quanto tempo esse cara estava ali observando ela. Olhou para o homem em questão e depois para o carro, era uma picape vermelha e estava direcionada para os portões.
- Não... - Foi o que ela respondeu numa altura quase inaudível. - Há quanto tempo está aí?
O homem estranho deu de ombros e enfiou a mão no bolso de sua calça jeans azul desbotada e tirou um molho de chaves. Claire ficou olhando atentamente cada movimento enquanto reparava a camisa xadrez marrom que o ser usava.
Forçou mais as vistas para tentar enxergar o rosto do homem que estava escuro por conta do chapéu em sua cabeça, e concluiu que se forçasse mais, poderia ficar cega. Então, esperaria o homem desconhecido se aproximar.
Claire saiu de cima das malas e então o homem se aproximou indo em direção ao meio dos portões.
- Você é Claire, certo? - Como ele sabia seu nome?
- Como você sabe? - Ela perguntou e assim que o homem se virou para encara-la, quase infartou. Como podia haver um homem com o rosto tão bonito?
Os contornos eram firmes e a pele bronzeada por conta do sol. Os olhos eram verdes tão intensos que Claire mergulharia neles mesmo sem saber nadar. Porém, o cabelo não era possível distinguir a cor por conta do chapéu típico de vaqueiro.
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O Cowboy
RomanceClaire, não mais uma criança puritana, mas sim uma mulher de bons objetivos, resolve viajar para cuidar do pai que está iniciando o tratamento hemodiálise em sua fazenda chamada Rancho Campbell. Mas além de novas experiências também há um novo funci...