Na segunda-feira, Claire havia acordado cedo para ajudar Júlia com os preparativos da festa, e enquanto temperava algumas carnes para serem usadas no churrasco, Travis sem camisa veio em sua mente. Estava tão másculo e atraente que não soube como conseguira se manter normal diante da visão.
O mais curioso era a cicatriz que ele possuía ao lado do abdômen, será que era por alguma briga ou acidente? Essa dúvida fez Claire ter vontade de algum dia perguntar. Porém, se repreendeu. Estava se apaixonando pela pessoa errada!
O relacionamento dele com Keila te manterá segura, pensou conclusiva.
- E sua mãe? Quando chegará? - Júlia perguntou ao seu lado lhe fazendo se desviar dos pensamentos.
- Ela ligou hoje mais cedo e disse que logo estaria chegando. - Respondeu com um sorriso.
- Entendo. Sabe Claire, acho que seu pai e ela ainda vão ter alguma coisa. - Júlia disse descontraída enquanto colocava carnes nos palitos.
- E por que?
- Seu pai pareceu tão sem chão quando falou com ela ao telefone que seu rosto ficou vermelho, sem contar que gaguejava sem parar. - Deu uma baixa risada.
- Mas ele não fez a ligação do escritório? - Claire perguntou.
- Que nada, fez da sala achando que não havia ninguém na casa, sendo que eu estava na cozinha terminando meu serviço.
- Até faz um pouco de sentido. Minha mãe ficou toda sem graça quando comentei do papai antes de vir para cá. - Sorriu.
- Então acho que tem coisa aí. - Júlia falou com um sorriso insinuante nos lábios.
- Claire, sua mãe chegou. - De repente seu pai apareceu na cozinha mais arrumado do que o normal com um chapéu de couro marrom que combinava com as botas, também vestia uma calça jeans preta que parecia ter sido comprada na própria segunda e uma camisa listrada branca e preta.
- Que produção toda é essa papai? - Claire perguntou surpresa.
- É para a festa, logo os convidados irão chegar. - Ele respondeu.
- Mas ainda vai dar meio-dia! - Júlia disse.
- Confessa que foi para a mamãe essa produção toda. - Claire deu um sorriso perverso e notou o rosto de Hector se avermelhar.
- Deixe de bobagem e vá logo cumprimentar sua mãe menina. - Ele tentou disfarçar.
- Eu consigo andar até a cozinha Hector. - A mãe de Claire surgiu na porta e sorriu.
Hector assentiu e saiu logo em seguida.
- Madie, como vai? - Júlia logo perguntou se aproximando e dando um longo abraço na senhora.
- Vou muito bem e você Júlia? Claire anda te dando muito trabalho na cozinha? - Disse direcionando o olhar para filha que sorriu.
- Que nada, agora ela é uma ótima ajudante. - Ambas olharam para Claire, que se aproximou e abraçou a mãe.
- Como está mamãe? Resolveu seu problema nas costas? - Perguntou depois do abraço.
- Ah, as dores diminuíram muito depois dos remédios que o médico me receitou.
- Assim é melhor. - Claire disse e reparou o visual da mãe; vestido florido vermelho e branco novo e uma sapatilha preta, que combinava com a cor do cabelo. - Andou se arrumando para o papai mamãe?
- Eu? Imagina! Apenas para a festa.. - Sorriu começando a ficar com o rosto vermelho.
Júlia gargalhou balançando a cabeça de um lado para o outro.
- Vocês em. - Ela disse com um sorriso. - Bem, acho que agora ganhei mais uma ajudante na cozinha, não é Madie? Afinal, se as mulheres não fizerem alguma coisa, não haverá nada para se comer mais tarde.
E assim, Claire ficou ocupada até as três da tarde antes de ir para o banho e já começar a se arrumar para a festa de aniversário de seu pai.
Optou por usar um vestido preto de alças. Deixou os cabelos soltos e os olhos mais escuros com lápis. Queria chamar atenção, mas de alguém em especial.
Quando terminou, já eram cinco e meia, mas isso tudo não tinha passado por conta de sua arrumação, mas sim porque demorou um bom tempo para encontrar o vestido.
Claire saiu do quarto e ao olhar para a sala, já haviam uma dúzia de pessoas que nem conhecia lá conversando. Porém, o que chamou sua atenção foram as mulheres; eram com certeza mais lindas que ela e vestiam roupas simples de dia-a-dia, o que a fez se sentir ridícula por se arrumar tanto e mesmo assim não ter nem um pouco de atributo para competir com elas.
Travis nem se quer lhe notaria! Estava com certeza derrotada dessa disputa.
- Ah, aí está você. - Sua mãe se aproximou por trás e a olhou de baixo para cima. - Está linda filha.
- Sério? Eu não me sinto. - Debochou.
- Como assim Claire? Você nunca se importou tanto com isso e mesmo assim continua sendo a minha filha mais linda.
- Mamãe, eu sou sua única filha. - Claire ressaltou.
- E é por isso mesmo. - Madie sorriu e notou o olhar sério da filha. Gargalhou - Não faça essa cara, eu estou brincando.
- Muito engraçado. - Disse Claire.
- Deixe de bobagem e venha cumprimentar os convidados. - Disse já puxando Claire para a sala, de repente, virou-se e falou baixo. - Depois quero me mostre o funcionário bonito que gosta.
- Mamãe, dá onde tirou que eu gosto dele? - Claire perguntou olhando ao redor, procurando o dito cujo. Nada.
- Eu sinto isso. - Madie respondeu com toda convicção. - Já fui jovem Claire, não se esqueça disso.
Claire revirou os olhos e depois de cumprimentar os convidados que aos poucos surgiam, seu pai apareceu e fez o mesmo.
- E aí? Está curtindo a festa? - Júlia perguntou parando ao seu lado.
- Sinceramente, tá entediante. Já são sete horas e até agora nada demais aconteceu além da comilança. - Suspirou ressaltando na própria mente a ausência de Travis na festa. Será que não participaria?
- É uma pena que o doutor bonitão não pôde vir, eu estaria mais feliz conversando com ele. - Júlia disse e deu uma risadinha. - Mas já que não veio, vou ficar apenas comendo mesmo.
- Isso mesmo. - Claire concordou e logo viu Júlia ir em direção a umas coxinhas no balcão e ficar por lá.
Claire respirou fundo e se encostou na parede da sala que ficava de frente para a porta-dupla da entrada da casa, observou os convidados do lado de fora. Faziam churrasco e outros comiam. Mas nenhum desses atraiu sua atenção tanto quanto Travis, que estava agora entrando pelas portas com um visual menos tradicional que o comum.
Vestia uma calça jeans azul sem rasgos, uma camiseta branca, e uma camisa xadrez vermelha aberta. Estava sem chapéu e com os cabelos escuros desalinhados como de costume.
Claire quase perdeu o fôlego, porém percebeu que não foi a única, pois todas as outras mulheres haviam parado de conversar para olha-lo, e ficou enciumada por conta disso. Então, desviou a atenção novamente para seu alvo principal, que olhava ao redor como se procurasse alguém.
Quando ambos os olhares se encontraram, foi uma conexão que durou quase vinte segundos.
Travis parecia ter encontrado quem tanto procurava.
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O Cowboy
RomanceClaire, não mais uma criança puritana, mas sim uma mulher de bons objetivos, resolve viajar para cuidar do pai que está iniciando o tratamento hemodiálise em sua fazenda chamada Rancho Campbell. Mas além de novas experiências também há um novo funci...