- E então? Já arrumou suas malas? - Indagou Madie para sua filha enquanto observava o quarto da mesma com um olhar triste.
- Sim, mamãe, pode ficar tranquila que já está tudo pronto. Só preciso checar meus documentos para embarcar amanhã cedo e... - Claire parou assim que viu o semblante da mãe. Suspirou enquanto se aproximava e abraçava a mais velha com carinho. - Mamãe, não fique assim, se quiser eu fico.
A mãe sorriu e retribuiu o abraço acolhedor.
- Como eu queria poder lhe pedir isso minha filha, mas não, não é certo. Ambas sabemos que seu pai precisa de cuidados e que nada o deixará mais feliz do que ver sua única filha presente ao lado dele por três meses. - Os três meses soaram distantes.
- A senhora não gostou da idéia de ser três meses, não é? - Perguntou Claire depois de o abraço ter terminado.
- Que mãe gosta de ver sua filha longe por tanto tempo quando eram apenas quinze dias? - Suspirou a mãe e logo sentou-se à beira da cama. - Sinceramente, queria poder te grudar junto a mim.
Claire sorriu.
- Que mãe coruja em? saiba que nunca vou abandona-la, então considere esses três meses apenas... Alguns dias. Certo?
- A senhorita bem que poderia ter me dado alguns netos para não me sentir sozinha, não acha? - Indagou a senhora fingindo severidade. Claire gargalhou e se sentou ao lado da mãe de cinquenta e dois anos.
- Mamãe, não adiante as coisas, nem mesmo me casei ainda e duvido muito que me case um dia. Os homens hoje não estão valendo um centavo que gastam e mesmo se valessem, eu seria a última do mundo a se casar. Não sou atraente nem para velhos de bares mamãe.
- Está exagerando Claire, pois além de bonita é inteligente. Aposto que logo alguém vai surgir em sua vida e vai ver como o amor pode deixar tudo mais colorido. - Disse a mãe como se ainda estivesse apaixonada.
- Acho que já vi bastante a cor do amor em muitos assassinatos. - Ironizou Claire fazendo Madie franzir o cenho.
- Você parece seu pai, cabeça dura. Precisa abrir seu coração para possibilidades, quem sabe assim algum dia me entenda.
- Você eu entendo mamãe, só não entendo os homens. De todos relacionamentos que tive, nenhum deles parecia estar disposto a ficar comigo por toda a vida, principalmente depois de eu comentar sobre conhecer minha família. Fugiam igual patinhos. E se for para casar e depois ser traída, humilhada, ou até mesmo morta por ciúme, prefiro ficar sozinha.
- Não pense assim, você pode ser muito amada também, e se der errado, não se preocupe pois faz parte da vida. Seu pai e eu fomos muito felizes e tivemos uma filha linda, mas o destino nos separou porque tinha de ser assim.
- Errado mamãe, terminou porque você não sabia se organizar. - Lamentou num suspiro. - Aposto que papai ainda te ama. Por que não viaja para o Colorado comigo? - A idéia de ver o ex-marido deixou Madie louca.
- Não diga bobagens Claire, é muito tarde para pensar em uma reconciliação e muito menos em ir para o Colorado. Eu e seu pai estamos felizes do jeito que somos e ficamos, desejo tudo de bom para ele e nada mais.
A estranha exaltação de Madie deixou Claire com um sorriso duvidoso nos lábios.
- Uhum... Parece meio tensa mamãe, o que foi? - Provocou Claire.
- E-eu? Tensa? Imagine! - Gaguejou a senhora - Onde já se viu uma barbaridade dessas? Tensa uma ova, vou dormir agora minha filha, então boa noite e até amanhã de manhã okay? - Pigarreou e saiu as pressas do quarto da filha tagarelando baixo.
Claire gargalhou assim que fechou a porta, afinal, adorava provocar a mãe fazendo-a se lembrar do passado.
Por fim, a ideia de casar passeou em seus pensamentos quando estava pronta para dormir. Vestiu sua camisola bege que praticamente se camuflava com sua pele clara e imaginou como seria se apaixonar de verdade como sua mãe havia comentado.
Descartou os pensamentos assim que se sentiu incapaz de seguir seus sonhos por conta de um homem.
Melhor mesmo era dormir, pensou consigo e então, logo apagou.
No dia seguinte Claire acordou no pulo por conta do despertador e foi logo tomar um banho. Assim que saiu, foi até a cozinha pois sua mãe já lhe aguardava para o desjejum.
- Bom dia, Claire. - Saudou Madie.
- Bom dia mamãe, dormiu bem ou suas costas ainda continuam lhe atormentando? - Indagou se sentando em um banco da bancada e começando a saborear torradas com geléia de morango.
- Infelizmente não tão bem, mas isso é o que acontece com quem tem desvio nas costas. - Suspirou abatida.
- Mamãe, procure um médico, você precisa fazer uma cirurgia aí.
- De jeito nenhum, não estou em condições de ser furada várias vezes e depois ficar um ano de repouso. - A senhora fez uma expressão triste.
- Como quiser, mas então, pegue uma receita médica. - Sugeriu.
- Tudo bem.
Alguns minutos depois do café, ambas decidiram se arrumar, pois o vôo foi marcado cedo e mais alguma enrolação, poderia atrasa-las.
Claire depois de vestir um vestido azul claro com alças finas que era simples e largo quando chegava na cintura parou para se olhar no espelho.
Não era linda, mas a sutileza de seu corpo e rosto poderiam ser encantadores para quem algum dia lhe declarasse amor.
Se bem que Claire achava isso pouco provável.
Começou a pentear os cabelos castanhos claros lisos na altura do sutiã enquanto analisava seu próprio corpo. Era sem dúvida modesto, magro e os seios não eram chamativos, pois mal se marcavam em suas roupas meio largas. Se consideraria uma modelo se não fosse pela altura.
Claire passou rímel nos cílios para tentar realçar o castanho dos olhos e por fim, prendeu o cabelo num rabo. Saiu do quarto puxando duas malas médias e sua mãe logo apareceu já arrumada para dar carona a filha até o aeroporto.
Chegado ao destino, Claire pegou as malas do carro e sua mãe tratou de esperar até o momento de ser chamada para o vôo. Ambas se despediram em um abraço carinhoso e Clairenão conseguiu conter a emoção.
- Fique bem mamãe e saiba que eu te amo muito. - Sorriu entre lágrimas.
- Oh, Claire, eu também te amo minha filha. - A mãe acariciou o rosto da filha e segundos depois a viu partir.
Já no avião, Claire preferiu dormir o percurso todo e quando acordou foi com o susto da inclinação do avião prestes a pousar. O momento de agonia passou e agora só precisaria pegar um taxi para enfim, chegar a seu destino.
______________________________________Capítulo 1 !!!!
Que emoção c':
Estou tão ansiosa para publicar mais que vocês não imaginam!MAS, não esqueçam de deixar comentários e dar opiniões! Bye ~
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O Cowboy
RomanceClaire, não mais uma criança puritana, mas sim uma mulher de bons objetivos, resolve viajar para cuidar do pai que está iniciando o tratamento hemodiálise em sua fazenda chamada Rancho Campbell. Mas além de novas experiências também há um novo funci...