Capítulo 69-"Boa noite papai."

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-Assim como seu pai? - perguntou, melancolia estava presente em seu tom.
Meu pai era meu herói, um grande marido, um pai maravilhoso e foi levado por um aneurisma; eu chorei durante vários tempos e ainda sentia meu peito apertar quando me lembrava dele, assim como acontecia com minha mãe. Eu sempre sonhei em arrumar um homem bondoso e bem humorado como meu pai, eu praticamente me baseava nele. E eu havia encontrado.
- Sim, como papai.
Quando o sol se escondeu por trás dos grandes prédios de Nova Iorque e a lua se ergueu alto no céu estrelado, o relógio badalava 19:00 p.m., mamãe estava cozinhando o jantar, ela ia passar a noite aqui em casa, Brendon estava assistindo desenho na sala e Arthur ainda não havia chegado do trabalho. Eu havia acabado de me vestir após uma ducha deliciosa quando consegui ouvir o barulho de chaves no andar de baixo. Meu marido havia chegado. Desci as escadas devagar e observei enquanto o homem mais bonito que meus olhos já viram entrou, cantarolando uma música em alemão que ele particularmente adorava e virou-se para trancar a porta. Desviei meus olhos dele por um instante e peguei um vislumbre de Brendon encarando o pai, seus olhos brilhavam com emoções e eu sabia que ele queria correr para os braços de Arthur, feliz por vê-lo após não o encontrar durante todo o dia, mas estava se contendo; o garoto havia puxado o meu lado da família, todo emocional e adorador de abraços e eu supunha que ele tinha medo de que o pai pudesse sumir de repente, assim como apareceu, e hoje era o primeiro dia que ele ficava o dia inteiro sem ver Arthur.
Senti meus olhos marejados e voltei a atenção para meu marido que agora caminhava para o sofá, sentou-se ao lado do garoto e o puxou para seus braços; Brendon prontamente enlaçou o pescoço de Arthur e deu-lhe um beijo no rosto.
- Boa noite, papai - o menino disse baixinho e timidamente. E Arthur parecia tão surpreso como eu estava, era a primeira vez que Brendon chamava Arthur de pai e nunca havia ficado tão próximo assim do dito homem.
- Boa noite, meu filho - disse Arthur, deu um beijo nos cabelos loiros tão parecidos com os seus e levantou-se, cantarolando um pouco mais alto e me viu parada no pé da escada - olá - cumprimentou e selou nossos lábios rapidamente.
- Olá - respondi e sorri largamente; um barulho veio da cozinha e Arthur virou sua cabeça, franzindo o cenho.
- Há alguém aqui? - perguntou.

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