Capítulo 55-"Eu não vou morder se me tocar."

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Os raios solares penetravam pela abertura da varanda, anunciando que havia amanhecido; bocejei longamente, tapando meus olhos com um braço para bloquear a claridade e me virei na cama, sentindo algo quente ao meu lado. Afastei o antebraço do meu rosto e forcei minhas pálpebras abertas, encontrando um belo homem bem perto de mim. Aproveitando a oportunidade, tomei esse tempo de tranquilidade (e aproveitando que Arthur estava dormindo) para apreciar toda sua perfeição; Arthur tinha os cabelos tão macios e brilhantes que poderia causar inveja na maioria das mulheres, tinha cílios longos e dourados, o nariz reto e a boca carnuda era provocante e tentadora. Tomei algumas respirações antes de descer o olhar para seus ombros largos, seu peitoral rijo e o "tanquinho" no qual eu estava louca para passar as mãos.
Me virei de costas no colchão e movi o rosto para olhar além da pequena varanda, para as enormes árvores, de um verde vivo e copas frondosas, pensando que se me perguntasse como seria um amanhecer perfeito, eu descreveria esse dia, afinal, eu estava na Itália, acordando com um lindo homem ao meu lado. E esse homem era o meu marido. Olhei em sua direção novamente, mordi o lábio inferior, a vontade súbita de tocá-lo aumentando consideravelmente; cheguei a esticar a mão, mas a puxei de volta, temendo que não continuássemos do ponto em que terminamos ontem.
Respirei fundo e quando joguei as cobertas para o lado, preparando-me para levantar, uma voz rouca e profunda chegou até mim.
- Eu não vou morder - Arthur disse, abrindo suas pálpebras, privilegiando-me com suas profundezas azuis.
- O quê? - perguntei, pega de surpresa. Seus lábios se curvaram um pouco, encarando-me.
- Não irei mordê-la se me tocar - completou sua sentença anterior e arregalei os olhos, novamente me surpreendendo. Olhei fixamente em seus olhos e meu coração falhou uma batida quando notei algo diferente nele; talvez ele não me amasse, mas toda a raiva e mágoa que eu havia visto durante um mês ou mais em seu rosto, tão notável como um letreiro de neon, havia desaparecido e parecia que eu estava olhando para o cara que eu havia conhecido há alguns anos. Talvez ele ainda estivesse magoado, mas resolveu que já bastava de tanta demonstração, que ele já havia me punido de todas as formas possíveis. Em suas íris cor topázio cintilavam diversão e ele arqueou uma sobrancelha, apenas esperando.
E se eu o tocasse? Meus dedos ardiam por sentir aquela pele macia. Entretanto, preferi uma estratégia diferente, se ele me quisesse novamente, teria que dar o primeiro passo. Então, me levantei sem dizer uma palavra e caminhei para o banheiro, completamente nua; apesar de não estar vendo, eu podia sentir seu olhar me queimando por trás. Quando ia fechar a porta, um pé bloqueou a passagem.

Conquistando Um SullivanOnde histórias criam vida. Descubra agora