- Se conseguir tira-la daqui, você não me deve mais nada.
- Eu vou ver o que posso fazer, mas...
Nesse momento, o interfone tocou novamente e eu fiz careta na direção dos meus convidados, que riram da minha cara; minha mãe atendeu e não demorou para que o assunto de nossa conversa surgisse pela porta, com Kátia atrás dela.
- Oh, bom dia, queridos - ela disse, dando um apertado abraço em Nick e outro em Anne. Ela virou-se para mim e não escondeu seu costumeiro desdém; tive que fazer um grande esforço para não revirar os olhos. A partir daquele momento, o meu dia foi tão bom quanto o anterior. Nick até tentou levá-la para sua casa, mas a velha bateu o pé com seus sapatos de saltinhos e disse que teriam que leva-la morta.
Contei tudo resumidamente para minha gerente na segunda-feira.
- Por que não dá um basta? Ela nem é a mãe dele - falou Marília.
- Porque Arthur é educado demais para expulsar a tia que ele não vê há anos - revirei os olhos - mas se as coisas não melhorarem, ele terá que escolher entre mim e a velha. Nós duas no mesmo teto? Não vai rolar, não tenho sangue de barata e não quero ser presa por agredir uma idosa.
Estávamos em uma parte mais afastada, então, voltei para o restaurante para fazer meu serviço. Quando o relógio na parede marcou as 13:00 p.m., a porta se abriu e dois homens entraram; o primeiro eu não conhecia, mas sorri para o segundo. Eles se sentaram na mesa indicada por um dos garçons e percebi que não haviam pedido nada, pois meu colega de trabalho apenas acenou com a cabeça e se afastou. Quando terminei de limpar a mesa, peguei meu bloco e caminhei até eles.
- Boa tarde - cumprimentei com meu melhor sorriso.
- Boa tarde - ambos disseram em uníssono. O homem desconhecido me encarou de cima a baixo e soltou um breve assovio de apreciação.
- Que linda - ele comentou.
- Obrigada - agradeci e virei meu olhar para Cal - como posso ajuda-los?
Puxei o bloco e a caneta do meu bolso, anotei seus pedidos e no final, com um sorriso genuíno e perfeito, Cal murmurou:
- E para a sobremesa, eu vou cobrar aquele café que alguém está me devendo.
- Bem, eu vou pensar no seu caso - falei, devolvendo o sorriso.
- Estarei esperando de qualquer modo - respondeu - e se não aceitar, acredite, eu posso ser bem persuasivo.
Eu ainda não havia me acostumado a tê-lo por perto depois de tantos anos e depois de tudo que passamos, e eu não sabia se eu me sentia feliz ou ofendida por sua proposta não ter soado como um flerte, apenas como um convite amigável.
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Conquistando Um Sullivan
RomansCréditos a Lindsay Vatz. Após várias decepções amorosas, Lídia Prescot havia desistido há tempos de engajar um relacionamento sério e adquirido para si o lema do carpe diem. As coisas tomaram uma reviravolta quando Arthur Sullivan entrou em sua vida...