Cap. 150 -"Vai ficar tudo bem Lídia."

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- Tudo bem - falou calmamente - você vai fazer a cirurgia e vai ficar tudo bem, Lídia.
- Eu não consigo fazer isso - tentei me afastar, mas Arthur me segurou e me obrigou a encará-lo.
- Ei, você consegue sim, é uma das mulheres mais fortes que já conheci - outro beijo macio - e estamos juntos nessa.
- Não vou ter mais filhos - agora as lágrimas vinham com força total, meu corpo tremendo.
- Isso não é um fato - murmurou Art.
Permaneci em silêncio, sua calma e paciência eram reconfortantes e não demorei para dormir ali em seus braços.
ARTHUR
Quando a manhã seguinte surgiu, eu não queria sair de casa, não queria sair da cama, queria apenas ficar com Lídia. Sua revelação da madrugada havia me atingido como um chute no saco e eu estava realmente baqueado. Porém, eu não podia ficar ali, eu precisava extravasar tudo o que eu estava sentindo e não poderia ser ali.
Cheguei ao escritório um pouco mais cedo do que de costume, não cumprimentei minha sorridente secretária como sempre fazia, apenas me aproximei e em um tom mais ríspido do que eu planejava, falei:
- Não quero ninguém me interrompendo hoje, desmarque qualquer coisa que eu tiver - e com isso caminhei para meu escritório. Vitório me olhou de uma maneira esquisita e eu não me surpreendi, eu sabia como estava minha aparência; as sombras negras sob meus olhos eram evidências da noite mal dormida, aliás, depois da conversa que tivemos, apenas coloquei Lídia na cama e não consegui pregar os olhos novamente. Sentei-me em minha cadeira atrás da mesa negra perto da ampla janela e tentei relaxar, acalmar os meus nervos, mas era algo praticamente impossível.
Eu me esforcei bastante para ser forte para Lídia, não querendo lhe causa mais aflição do que a que ela estava sentindo, mas agora eu estava desmoronando. E se realmente acontecesse alguma complicação? E se a doença já tivesse se espalhado e não fora detectada? Não vi o momento em que passei o braço sobre a mesa, derrubando tudo que havia sobre ela no chão, era uma bagunça de papéis, calculadora e até um pequeno abajur de escritório. Me levantei, não conseguindo permanecer parado e quebrei uma cadeira na parede, urrando. Merda. Joguei os restos mortais do objeto em um canto, passei os dedos por meus cabelos e desatei o nó da gravata, que parecia que estava me sufocando. Bati o punho na mesa e rosnei.

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Ai gente, tadinha da Lidy! Eu chorei junto com ela, e eu estou desolada por isso. Postei agora os dez capítulos de amanhã, porque estou indo dormir mais cedo, e eu no chão.
Comentem o que acharam, falem comigo ❤.

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