Cap. 174-" Foi como se alguém tivesse me apunhalado no peito."

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ARTHUR
Encostei na parede, esperando que a porta fosse aberta; Nick surgiu com a gravata solta no pescoço e ainda de terno.
- Arthur - ele disse e franziu o cenho - está tudo bem?
- Posso entrar? - ele assentiu e sua carranca aprofundou quando seus olhos encontraram a mala na minha mão. Me joguei no sofá e fechei os olhos, passando uma mão no meu rosto. 
- Tenho até medo de perguntar - ele falou.
- Eu saí de casa - suspirei e contei tudo o que aconteceu. Quando ela disse que preferia estar casada com outro homem, foi como se alguém tivesse me apunhalado no peito e eu não conseguia respirar; eu estava chateado, bravo e o ciúme me corroía. Eram sentimentos que não me agradavam nem um pouco. O que esse cara foi para Lídia no passado? Se eu o encontrasse, provavelmente eu o socaria até que nunca mais procurasse minha mulher. Porra, ela não era mais minha, ela tinha deixado claro isso. 
- Talvez ela disse isso no momento de raiva - falou Nick, tentando amenizar a situação. 
- Não importa mais.
A porta se abriu e Vic entrou com uma mochila escolar nas costas.
- Tio Art - ela jogou a mochila no chão e pulou no meu colo.
- Olá, süsse - eu a abracei apertado e beijei sua bochecha. 
- Eu adoro quando você fala em alemão - ela disse, sorrindo.
- Eu sei, causo isso nas garotas - pisquei para ela - não acha que fico com a voz rouca e sensual?
- Pare de dizer essas coisas para minha filha, Arthur - Anne entrou, rindo.
- O quê? Não há mentiras aqui.
- Eu acho você lindo, tio.
 Estão ouvindo, não é? Crianças não mentem. 
- Não infle mais o ego dele - Nick disse - e o que está acontecendo? Por que seu tio tem um abraço e beijo primeiro do que eu?
A menina riu, pulou do meu colo para se agarrar ao pai. 
- Eu sou um imã de mulheres, independente da idade - falei, encostando-me no sofá - apenas aceite. 
- Mas eu sou sua preferida, né? - perguntou a menina.
- É claro, benzinho. Você é a menina dos meus olhos. 
Anne apareceu novamente na sala e seu olhar pousou na mala aos meus pés. 
- É, Arthur, pode vim aqui um pouco? - ela perguntou, mordiscando o lábio inferior.
- Claro - me ergui e entramos na cozinha.
- Aquela mala é sua? - ela já soltou, direta como sempre.
- Sim - e novamente contei a história de tudo o que aconteceu.

Conquistando Um SullivanOnde histórias criam vida. Descubra agora