Capítulo 21-"Estava pior do que imaginei, eu sou um monstro."

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Dois dias haviam se passado desde que havia visto Arthur pela última vez e ele havia virado meu mundo de cabeça para baixo com sua presença. Brendon notou que eu estava agindo de um modo estranho, assim como sua madrinha, mas era uma criança inteligente e não insistia no assunto. Eu e Anne estávamos sentadas no sofá após acordarmos, ainda em nossos pijamas e cabelos bagunçados. A campainha tocou e Anne levantou-se quando percebeu que eu não ia me mexer.
- Nick? - ela falou, espantada.
- Bom dia - ele disse, polido como sempre; deu um beijo casto em sua esposa e entrou - bom dia, Lídia.
- Bom dia, Nick - respondi.
- Podemos conversar? - perguntou, seriamente, para Anne.
- Sei sobre o que quer falar e é melhor para nós duas - e sentou-se ao meu lado, tentando ficar firme e parecer calma.
- Não quero conversar assim.
- Fale, Nick - minha amiga falou, impaciente.
- Tudo bem - ele cruzou os braços e parecia um homem imponente, com toda sua postura e altura - vocês me colocaram em um problemão desnecessário. Há dois dias meu irmão me ligou, extremamente nervoso e chateado, disse que não confiava em mim e que eu poderia esquecê-lo a partir de então.
- Nick, sinto muito - Anne murmurou, cabisbaixa.
- Não, a culpa foi minha e...
- Não - ele resmungou - a culpa é das duas. Desde o começo eu disse que o melhor seria contar para Arthur, ele não fugiria da responsabilidade como um adolescente assustado, mas acabei cedendo por insistência sua, Anne, e agora meu irmão não quer nem me ver pintado de ouro, me chamou de traidor. Vocês têm ideia do que família significa para uma tão grande como a nossa? Vocês começaram com isso e espero que concertem.
Naquele momento, as duas mulheres da sala estavam chorando, fungando com o nariz vermelho. Nicholas parecia transtornado, caminhando de um lado para o outro, e então se dirigiu para a porta.
- Onde você vai? - a esposa perguntou e, como o irmão dias atrás, Nick saiu sem dizer uma só palavra.
- Que confusão nos metemos - ela resmungou.
- Me desculpe por isso, Anne, a culpa é totalmente minha - mordi o lábio para que parasse de tremer.
- Não, eu aceitei fazer isso, ninguém me obrigou - ela respondeu - e sei que faria o mesmo por mim.

Conquistando Um SullivanOnde histórias criam vida. Descubra agora