Cap. 100-"Espero que não esteja mentindo para mim."

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- Espero que não esteja mentindo para mim - falou, levantando-se e fechando-se no banheiro. Consegui me sentar depois de um tempinho e juntei os joelhos de encontro ao peito, meus olhos ficando marejados. Eu sempre tive cólicas menstruais, mas estava ficando cada vez mais forte quando isso vinha e eu tinha medo de ir ao médico e descobrir que a coisa era pior do que eu pensava. Mas eu teria que fazê-lo. Arthur saiu do banheiro com uma toalha enrolada na cintura, pingos de água escorrendo de seus cabelos dourados para seu corpo escultural; entretanto, ele se vestiu em silêncio e não direcionou uma olhada sequer em minha direção. Ele sabia que eu não estava sendo totalmente sincera e mesmo que ele não me olhasse, pude ver em seus olhos que ele estava magoado, com raiva e preocupado. 
Do quarto, pude ouvir quando o interfone tocou. Se passaram alguns minutos antes que uma batida soasse na porta.
- Entre - falou Arthur e minha mãe colocou a cabeça para dentro.
- Arthur, é a senhora Ágata - disse.
- Diga que logo descerei - ele respondeu e minha mãe assentiu. Quando ficamos sozinhos, Arthur finalmente me encarou e parecia que ele estava se preparando para ir à forca; ele terminou de se arrumar e sentou-se na beirada da cama, cruzando os braços sobre o peito. 
- O que foi? - perguntei.
- Vou esperá-la para que possamos descer juntos.
- Por quê?
- Proteção - respondeu, dando de ombros.
- Eu ficarei bem - murmurei, olhando minhas unhas.
- É para mim - falou. Olhei para cima e a sombra de um sorriso surgiu em seus lábios, me fazendo sorrir também. 
- Tudo bem, não demoro - falei, jogando as pernas para fora da cama. 
- Demore, por favor - implorou e eu entrei no banheiro, rindo.

Conquistando Um SullivanOnde histórias criam vida. Descubra agora