O Turista (Livro 01)

Capítulo 01

Uma mulher tomava chá, sentada sozinha, na varanda de um café elegante. Estamos em Paris. A manhã estava clara, o céu limpo, o sol brando, e ventava pouco. A mulher era branca, os cabelos de um chocolate escuro. Usava luvas altas, e um vestido bege, com um laçado cobre na cintura, tudo muito refinado. O decote do vestido era em V. Ela parecia entediada, olhando o chá. Então um homem parou ao seu lado. Um carteiro. Ela ergueu o rosto, e seus olhos, marcados pela maquiagem forte, eram de um azul claro, tão claro que quase se podiam ver lascas de gelo nele.

Carteiro: Sra. Uckermann? – Anahí assentiu.

Anahí: Sou eu. – Disse, observando.

Carteiro: Por favor, assine aqui. – Pediu, apontando o recibo de entrega. Anahí apanhou a caneta e rubricou qualquer coisa. Não tinha como adivinhar que nome tinham dado. – Obrigado. – Disse, entregando a carta. Ele se curvou em saudação e saiu.

Havia um selo lacrando a carta, preto, com as iniciais "AP" acima. Ela virou a carta. Estava endereçada a "Mrs. Uckermann". Anahí abriu o envelope, os olhos observadores neutros. Haviam poucas palavras em uma caligrafia masculina caprichada.

"Demore 7 segundos olhando o papel, então sorria.
Toque fogo nele em seguida. Vamos nos divertir um pouco.
AP."

Anahí ergueu a sobrancelha. Que o FBI estava marcando cada passo que ela dava não era nenhuma novidade, mas havia certa graça em fazê-los de idiota. 5... 6... 7. Um sorriso estonteante e misterioso apareceu no rosto de Anahí, enquanto ela ainda olhava o papel. Ela foi até o pequeno suporte de louça que tinha uma pequena chama para manter o chá quente, retirou a pequena vela de debaixo do suporte e encostou a carta nas chamas. O papel caro pegou fogo rápido, e ela o soltou no pires que estava na mesa. Quase pôde ver a exasperação silenciosa em volta. Um garçom veio correndo com um copo d'agua.

Garçom: Madame! – Exclamou, apagando o fogo do papel carbonizado.

Anahí: Não foi nada. A conta, por favor? – Pediu, delicada. O garçom, sem jeito, voltou pra dentro do café. Anahí apanhou o pires, e ouviu um "detenham-na!", as suas costas. Ela virou o pires, derramando seu conteúdo no chão, eliminando as cinzas, antes que alguém a alcançasse. Deixou uma nota de valor superior na mesa e se levantou, saindo tranquilamente, o vento brincando com seus cabelos, sorrindo enquanto olhava o chão, os saltos fazendo um barulhinho gostoso em contato com as pedras.

Quando Anahí entrou no apart, todos riam. Havia uma televisão ligada, e eles olhavam a filmagem do lugar onde Anahí estava anteriormente. Os agentes do FBI tentavam resgatar as cinzas do chão. Ela riu.

Madison: Patético. – Disse, cruzando as pernas.

Christopher: Não deixa de ser. Mas eles estão se aproximando demais. Estive pensando...

Madison: Christopher, você pensa! – Disse, parecendo admirada e encantada com a idéia. Ele ergueu a sobrancelha.

Christopher: Dentre outras coisas que eu faço e que você não se deu a oportunidade de provar ainda. – Alfinetou, sorrindo malicioso pra ela. – Mas estive pensando... Podemos capturar um doppelganger.

Madison: Está falando sério? – Perguntou, observando-o.

Christopher: Estou. Isso os distrairia. Eu quero agir. – Madison pareceu pensar – O que me faz pensar...

Anahí: Eu capturo um. – Se ofereceu, retirando as luvas – Voltarei a Veneza pelo Gare de Lyon. Quando chegar ao chalé, levarei o doppelganger, e o FBI já pensará que ele é você.

Madison: No Gare de Lyon? – Pesou, pensativa. Anahí sabia que Madison não deixaria o conforto de sua Ferrari para chegar a Veneza de trem.

Christopher: É um bom lugar para encontrar civis. Pode fazer isso? – Perguntou, olhando Anahí.

Anahí: Estou entediada. – Disse, angelicalmente – Vou me empenhar. Apanharei o Gare de Lyon as 8 horas, amanhã. Posso levar um dia ou dois para exibir o civil a imprensa... Mas antes que a semana acabe estarei no chalé.

Christopher: Muito bem, então. – Disse, se levantando – Boa sorte com a pescaria. – Brincou, e ela sorriu.

Que seja.