Capítulo 23

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O outono chegou e Paris se tornou a cidade que aparecia nos cartões postais. Tudo saiu exatamente como Anahí queria, e por mais incrível que pareça, Christopher conseguiu um padre que celebraria o casamento em inglês. Primeiro haveria o casamento no religioso, seguindo para o enorme salão de festas onde seria a festa do casamento, onde seria realizada também a cerimônia no civil. O dia amanheceu com algumas nuvens, ventando bastante, a cidade colorida pelo cobre das folhas secas, o canal impenetrável. Pela primeira vez Anahí acordou sozinha na cama; Alfonso não estava lá. Madison, Katherine e Ian e o levaram em comitiva na noite anterior. Parou um instante, olhando o teto. Iria se casar – Paris inteira sabia disso. Se casar, na igreja, de branco. Estaria presa a Alfonso pra sempre. Em sua cabeça veio, involuntariamente, a noite em que fora envenenada. A dor, e depois a humilhação. Ela virou o rosto, espantando as lembranças, e olhou a mão direita, pousada ao seu lado. A aliança delicada em seu dedo já parecia parte do seu corpo. Ela se lembrou de Alfonso trançando uma coroa de flores na floricultura, no dia em que foram acertar os arranjos do casamento. Enquanto ela e Madison discutiam sobre tonalidades, formatos e quantidades, ele fez uma coroa toda bonitinha, surpreendendo-a do nada. Pousou a coroa no topo dos cabelos dela cuidadosamente e a ergueu nos braços, girando com ela como se dançasse, fazendo-a rir. Anahí riu de leve consigo mesma, se sentando. Ele nunca a faria mal. Ela o amava. 



Madison: Bom dia, luz do sol. – Disse, entrando no quarto. Estava de pijama. Katherine veio logo atrás dela, de hobbie, abrindo as cortinas do quarto.



Anahí: Deram pra andar de pijama pelos corredores do hotel?


Katherine: Cale essa boca. – Disse, com uma careta – Vá pro banho. O maquiador e a cabeleireira estão chegando. Anahí se espreguiçou na cama.


Madison: Você podia ter escolhido o método fácil, como eu. – Ela ergueu a mão esquerda, mostrando a aliança – Mas não, quis casar na igreja, agora temos um dia imenso pela frente, problema seu. – Disse, fazendo pouco caso. Anahí revirou os olhos, se levantando.


O banho de imersão na banheira foi longo e relaxante. Quando ela saiu, de roupão, foi direto pras mãos da cabeleireira.


Anahí: Ele não falou mesmo pra onde vai me levar? – Perguntou, sobre a lua de mel. Alfonso decidira que já que ele não interferira em nada na programação do casamento, fazendo a vontade dela, a lua de mel seria uma surpresa dele. O cabeleireiro trabalhava no cabelo dela, a manicure no pé e a manicure nas mãos.



Katherine: Na verdade, ele falou. – Disse, olhando as próprias unhas. Madison riu. – Mas não vamos te dizer. Ver você se acabar tentando adivinhar é bem mais divertido. Ai! – Disse, ao perder um bife no pé. A pedicure se desculpou. – Mas achei bonitinho, se quer saber. – Anahí rosnou e Katherine riu.


Em outro quarto, no mesmo hotel... Alfonso sorriu ao sentir uma pena em seu nariz. Fazia cócegas. Ele despertou, se espreguiçando, então se lembrou de que Anahí não estava ali, não era ela. O riso de Christopher ecoou pelo quarto e Alfonso abriu os olhos, vendo Ian sentado ao seu lado, com uma das penas do travesseiro na mão. Ele xingou, rolando pra fora da cama.


Alfonso: Que diabo...?


Ian: Vá se arrumar. – Ordenou.

O Turista (Livro 01)Onde histórias criam vida. Descubra agora