Capítulo 19

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Anahí: Tire o cachorro do meio. – Ordenou, ciente de sexta-feira sentado, animado, o rabo balançando freneticamente entre os dois.



Alfonso: Tire você. – Rebateu. – Aliás, atire em mim. Vai fazer o que com a arma, me cutucar? – Disse, descarado.


Anahí atirou a arma na direção dele, que esquivou e partiu pra cima dela. Ela correu. Ali estava em desvantagem: Se atirasse, o mataria, mas ele podia cortá-la só pra machucar. Os cabelos se soltaram do coque, e foi por eles que Alfonso a alcançou, puxando-a de volta. Anahí levou a mão pra trás, unhando o rosto dele com toda a força que conseguiu e ele a jogou no sofá com força, ainda pelo cabelo. O sofá virou com o tombo, caindo com um baque no chão, e ele foi atrás, indo pra mão com ela. Anahí recuou, arfando, raivosa, até que se bateu na parede. Alfonso sorriu, debochado e avançou. No ultimo segundo ela sorriu e ele sentiu o vaso de cerâmica se quebrando na lateral da cabeça dele, a dor cegando-o por um instante.



Anahí: Amador. – Cuspiu, se afastando.


Anahí não viu como, mas ele a atacou. De uma hora pra outra ela perdeu o equilíbrio e caiu no chão, a cabeça se batendo com força no piso. A pisada bruta que Alfonso deu na mão dela a fez gritar, girando pro lado e apertando a mão. Deslocara alguma coisa, ela tinha certeza.



Alfonso: Quem é amador agora? – Perguntou, debochado.



Anahí rosnou, passando pra cima dele e os dois estavam no chão, ela esmurrando-o.


O gosto do sangue atingiu a boca dele, até que ele a jogou do lado, passando pra cima, esbofeteando-a com força. Alfonso grunhiu quando recebeu uma bela joelhada vocês sabem onde e Anahí o empurrou, se levantando, e se virou, aproveitando a posição que ele estava (em concha) e acertando três pontapés na barriga dele, que se emborcou, buscando força pra levantar.



Anahí: VOCÊ NÃO TINHA O DIREITO! NÓS CONFIAMOS EM VOCÊ! – Gritou, furiosa.



Alfonso: QUEM É VOCÊ PRA FALAR SOBRE CONFIANÇA? – Rugiu, se levantando.


Anahí: ESSE NÃO É UM SEGREDO SÓ MEU, SEU IDIOTA! – Rebateu, indo pro braço com ele de novo.


Alfonso revidava os murros como a um homem, e mesmo bem treinada, Anahí, mulher que era, ainda era frágil. Vendo sua desvantagem ela o atacou com tudo que tinha a seu alcance, acertando-lhe o rosto com um abajur e chutando-lhe a barriga em seguida. Alfonso se bateu na mesinha de centro e cambaleou pra trás, puxando ela pelo braço antes e derrubando-a junto. Anahí engatinhou pra longe dele, se escondendo atrás do sofá, tentando pensar, aos ofegos. Assim não funcionaria, ele era mais forte que ela. Tinha a boca partida, o nariz sangrando, o rosto todo latejando, a barriga doendo. Alfonso não ficava atrás, a sobrancelha lavando sangue, o rosto castigado, a boca sangrando e uma dor indescritível entre as pernas. Anahí lembrou das palavras de Christopher: "Se houver algo, fuja.". Ela não sabia se podia ganhar essa briga, e não aceitaria a humilhação de perder. Optou por fugir. Olhou a escada, respirou fundo e desabou correndo. Mas Alfonso a conhecia. Soube o que ela faria pelo silencio prolongado. Foi atrás dela e a barrou na saída do corredor, prensando-a contra a parede. Marcou-lhe um murro, mas ela esquivou o rosto, de modo que esmurrou a parede. Anahí tentou chutar-lhe o membro de novo, mas ele deteve a perna dela com a mão. A apanhou pelo cabelo e os dois pararam com um baque no chão, ele por cima dela... E com a faca em seu pescoço.

O Turista (Livro 01)Onde histórias criam vida. Descubra agora